Um gesto de amor que salva vidas: Santa Casa realiza mais uma captação de órgãos

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Um gesto de amor que salva vidas: Santa Casa realiza mais uma captação de órgãos - Foto: Reprodução

A família de um paciente de 54 anos, morador de Votuporanga, disse “sim” à doação de fígado, rins, válvulas cardíacas e córneas, com isso, permitindo que a vida continuasse para outras pessoas.


Nesta sexta-feira (3.out), a Santa Casa de Votuporanga foi palco de mais um gesto silencioso, mas profundamente transformador. A família de um paciente de 54 anos, morador de Votuporanga, disse “sim” à doação de órgãos e, com isso, permitiu que a vida continuasse para outras pessoas.

Foram captados fígado, rins, válvulas cardíacas e córneas, que agora levarão esperança a quem aguardava ansiosamente por um transplante. Essa foi a segunda captação realizada pela Instituição em apenas uma semana, um marco que reafirma o compromisso da Santa Casa com a vida — e a força da solidariedade humana mesmo diante da dor.

Em um momento tão difícil, a decisão da família foi um ato de coragem, empatia e generosidade. O silêncio da despedida se transformou em uma nova chance para pacientes que agora têm a oportunidade de recomeçar.

A coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), Fernanda Bueno, reforça a importância desse gesto: “Cada decisão de doar representa vidas que continuam, sonhos que seguem e famílias que se renovam. Por isso, é fundamental conversar sobre a doação de órgãos em família, garantindo que esse desejo seja respeitado e transformado em realidade no momento certo.”

A equipe hospitalar atuou com respeito e dedicação durante todo o processo, desde o diagnóstico de morte encefálica até a captação, junto à Central de Transplantes: “Não há palavras que possam medir a grandeza de um ato como esse. A família, ao autorizar a doação, transformou luto em esperança. Somos imensamente gratos pela confiança e pelo amor compartilhado”, destacou Fernanda.

Como acontece o processo de captação de órgãos?

A captação de órgãos é um procedimento altamente técnico, mas também profundamente humano.

Tudo começa quando a equipe médica identifica sinais compatíveis com morte encefálica, condição em que há a perda total e irreversível das funções cerebrais. A partir daí, são realizados dois exames clínicos rigorosos, com intervalo mínimo de tempo entre eles, conforme determina o protocolo do Ministério da Saúde.

Após a confirmação da morte encefálica, a equipe da CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante) entra em ação, realizando um trabalho delicado de acolhimento e esclarecimento junto à família. É neste momento que a possibilidade da doação é apresentada com empatia, cuidado e respeito ao luto.

Com a autorização familiar, a Central Estadual de Transplantes é acionada para organizar a logística da captação e identificar os receptores compatíveis.

A equipe cirúrgica especializada é então mobilizada para a retirada dos órgãos, que são preservados e enviados com urgência para os hospitais onde os pacientes transplantados aguardam.

Tudo acontece com total segurança, ética e dignidade — tanto para o doador quanto para os receptores.

A Santa Casa de Votuporanga agradece, com profundo respeito, à família do doador por permitir que, mesmo na dor, o amor prevalecesse. E reforça o seu compromisso diário: cuidar, acolher e transformar vidas.