Atletas recebem multa e ficarão afastados por até um ano enquanto outros sete são absolvidos; Fernandópolis deverá romper contrato com empresa parceira para reverter punição.
O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TDJ-SP) confirmou a punição a quatro atletas do Fernandópolis acusados de participação em um esquema de manipulação de resultados nos Campeonatos Paulista da segunda divisão (a Bezinha) e sub-20.
Além dos jogadores, o clube segue suspenso preventivamente das competições, o que vale até a comprovação da rescisão do contrato com a empresa gestora de suas atividades. O Fefecê ainda foi multado em R$ 8 mil.
Por outro lado, outros sete atletas denunciados pela procuradoria foram absolvidos por unanimidade. Confira a situação detalhada de cada um deles:
Jogadores punidos
- Daniel da Costa Viana (Índio) – 360 dias de suspensão e multa de R$ 6 mil
- Rafael William Silva Santos – 180 dias de suspensão e multa de R$ 2 mil
- Rian Fernando dos Santos Marques – 180 dias de suspensão e multa de R$ 2 mil
- Rinaldo Gabriel dos Santos – 180 dias de suspensão e multa de R$ 2 mil
Jogadores absolvidos
- Anthony Barbosa de Souza
- Caleb Carvalho Cantarella
- Chrigor Wallace Mataruco de Oliveira
- Luiz Fernando Ferreira de Azevedo (Peixeiro)
- Mauro Josias Ferreira de Oliveira
- Ryan Costa de Jesus
- Vinicius Santos Cruz Gomes
Tanto o clube quanto os atletas foram punidos com base nos artigos 191 e 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Os artigos em questão falam sobre “atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente”.
Da decisão cabem recursos tanto para as defesas de clube e atletas quanto para a procuradoria.
O caso
No último dia 17 de julho, o TJD-SP suspendeu preventivamente o Fernandópolis e 11 jogadores sob a suspeita de manipulação de resultados nos Campeonatos Paulista da segunda divisão e sub-20.
A suspensão aconteceu a duas rodadas para o fim da segunda fase da Bezinha e, com isso, o Fefecê foi eliminado e perdeu os dois últimos jogos por W.O.
O clube se defendeu alegando ter denunciado a situação à Federação Paulista de Futebol (FPF) a partir de provas enviadas pela esposa de um dos jogadores e considerando a punição “injusta”.
Os jogos com suspeita de manipulação foram na primeira fase da competição, nas derrotas para Vocem e Tanabi. No duelo entre Fernandópolis e Vocem, o placar estava em 2 a 2 até os 23 minutos do segundo tempo. Em um intervalo de 19 minutos, o Fefecê sofreu três gols e perdeu por 5 a 2.
Contra o Tanabi, na derrota por 2 a 0, os dois gols saíram na etapa complementar, aos 20 segundos e aos 49 minutos.
Um relatório entregue à Procuradoria identificou apostas suspeitas em favor de uma vitória do Vocem por pelo menos dois gols de diferença.
O jogo estava empatado até os 23 minutos da segunda etapa e, com isso, aumentou bastante a margem de lucro para os apostadores que cravassem uma vitória por dois gols de vantagem para o Vocem. O relatório indicou grau 4 de suspeita de manipulação, o segundo maior nível na escala.
A análise cita o pênalti cometido pelo zagueiro Índio, que dá um carrinho na área, mesmo quando o adversário perdeu a posse de bola.
O goleiro Rafael está envolvido em três ações citadas, inclusive no posicionamento inusitado ao tentar defender a cobrança de falta, que resultou no primeiro gol, além de permitir um cabeceio à queima-roupa, sem nenhuma resistência. Rinaldo Gabriel também foi citado no segundo gol do Clube Mariano.
*Com informações do ge