Santos se acerta com Paulo Bracks como CEO e aguarda assinatura de contrato 

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Paulo Bracks, diretor-esportivo do Vasco, em coletiva — Foto: Daniel Ramalho/CRVG

Profissional vai atuar como um gestor de todas as áreas do clube e auxiliar em questões administrativas.


O Santos está em vias de anunciar a contratação do executivo de futebol Paulo Bracks. O profissional vai atuar como uma espécie de CEO (do inglês Chief Executive Officer, um diretor-executivo) no clube. Bracks estará ligado a todas as áreas do Peixe, como o departamento financeiro, estando presente no dia a dia administrativo. Ele não atuará na rotina do futebol.

Bracks se reuniu com o presidente Marcelo Teixeira, acertou as condições para trabalhar no Alvinegro e agora aguarda apenas a assinatura do contrato, que está sendo elaborado pelo jurídico do clube, para, enfim, começar os trabalhos.

Antes do acerto, o Peixe buscou informações sobre a atuação do executivo em outros clubes como o América-MG, Inter e Vasco da Gama.

As referências recebidas neste sentido foram positivas. Apesar de Paulo Bracks ter feito parte do projeto do Vasco na temporada passada, quando o clube lutou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. A visão é que no Gigante da Colina o profissional era apenas uma peça dentro da direção do futebol, sem ter responsabilidade direta no desempenho do clube na temporada.

Durante a entrevista coletiva da última sexta-feira, Marcelo Teixeira falou sobre a intenção de trazer Bracks e o trabalho a ser desenvolvido por ele no Santos caso houvesse o acerto.

“Não é relacionado ao futebol. Ele vem, com experiência de Série B. Importante ter um profissional como já fez com o América-MG, com o Vasco, fez um bom trabalho no Inter. Queremos entender se o Paulo Bracks tem um perfil para ser um CEO. Um diretor executivo para ele coordenar as demais gerências. Hoje o Santos não possui. Queremos um profissional que faça a avaliação dos profissionais do clube e prosseguirmos o trabalho da parte gerencial.”

Advogado e pós-graduado em direito desportivo, Bracks tem formação em gestão do futebol e análise de desempenho pela CBF e gestão técnica pela Universidade do Futebol. Além disso, fez cursos na Premier League (Inglaterra) e La Liga (Espanha) e é professor da CBF Academy.

O executivo iniciou, em 2007, o trabalho no meio esportivo com foco na legislação. Foi auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por quatro anos e, depois, presidente da comissão disciplinar do tribunal. Interrompeu o mandato em 2014 ao aceitar o convite da Federação Mineira de Futebol para ser diretor de competições num processo de reestruturação vivido pela entidade.

Mais de 10 anos depois do início como advogado desportista, Bracks iniciou sua primeira experiência no dia a dia de um clube. Em 2018, o dirigente assumiu a missão de gerir a base do América-MG, clube com tradição na formação de atletas. Teve bons resultados administrativos, que o levaram ao futebol profissional do Coelho em 2019.

Foi no América-MG que Bracks conseguiu melhor refletir o trabalho de organização da gestão em resultados esportivos. Ele subiu ao cargo de diretor executivo do futebol profissional com o time em uma situação delicada, no Z-4 da Série B, e o conduziu ao quase acesso.

A semente plantada em 2019 levou o América a um dos anos de maior êxito de sua história em 2020, quando o time deixou para trás adversários tradicionais, como Corinthians e Internacional, e chegou à semifinal da Copa do Brasil. Terminou a temporada na vice-liderança da Série B, com o mesmo número de pontos da campeã Chapecoense e com o acesso para a Série A garantido.

O bom trabalho no América-MG despertou o interesse do Internacional, que contratou Paulo Bracks no fim de 2020. O executivo chefiou o futebol colorado por 14 meses, mas não conseguiu repetir o sucesso em questão de resultados esportivos. Ele foi demitido em março do ano passado após a eliminação na Copa do Brasil para o Globo-RN. Deixou o clube sem conquistar títulos.

Por outro lado, o diretor teve sucesso internamente, deixando como legado a base de uma reestruturação administrativa e financeira. Criou ainda a ferramenta de ciência de dados dentro do departamento de análise de mercado e desempenho, um processo usado na contratação e saída de jogadores, além de dar informações para a comissão técnica rever conceitos e padronizar métodos de treinamento.

Bracks chegou ao Vasco em julho do ano passado para ser diretor esportivo. No entanto, foi demitido ao fim da temporada, um dia após o time confirmar a permanência na Série A, na última rodada do Campeonato Brasileiro.

A decisão foi tomada pelo então CEO Lúcio Barbosa, em conjunto com a 777 Partners. O entendimento é de que o objetivo do ano ficou longe. A expectativa da empresa era de ver o Vasco brigando na primeira parte da tabela, por uma vaga na pré-Libertadores.

Em entrevista ao ‘Globo Esporte’, o dirigente revelou surpresa com a demissão um dia após o Vasco confirmar a permanência na Série A. Bracks defendeu o trabalho da sua equipe em ano de grande reformulação no futebol e justificou que os processos da 777 atrapalharam em certos momentos.

*Com informações do ge