Polícia indicia ex-marido e mais dois suspeitos de envolvimento na morte de mulher encontrada enterrada em barracão 

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Local onde a vítima de 33 anos foi encontrada morta e enterrada em Catiguá — Foto: TV TEM

Corpo da vítima foi encontrado no dia 28 de julho, em Catiguá/SP. Suélem Cristina Viveiros estava desaparecida desde o dia 9 de junho. Três homens presos foram indiciados por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.


A Polícia Civil indiciou três homens por suspeita de envolvimento no assassinato da mulher, de 33 anos, encontrada enterrada em um barracão abandonado em Catiguá/SP. O corpo de Suélem Cristina Viveiros foi encontrado pela própria família no dia 28 de julho. A vítima estava desaparecida desde o dia 9 de junho. 

Segundo o relatório final do inquérito, concluído no dia 2 de outubro e obtido pela imprensa nesta terça-feira (15), os três criminosos foram indiciados por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. 

O ex-marido da vítima, Rodney Aparecido Argentino Júnior, o dentista Francis de Azevedo Vallejo, que atraiu a mulher até o barracão onde ela foi morta, e Israel Lima Limeira, proprietário do local, que responde por tráfico de drogas, estão presos temporariamente. 

O delegado responsável pela investigação, Gilberto Cézar Costa, ainda pediu a conversão da prisão deles em preventiva. Segundo ele descreve no relatório, Rodney, Francis e Israel mataram a vítima mediante recompensa, por motivo fútil, emboscada, ocultaram o cadáver e alteraram a cena do crime. 

De acordo com o relatório, ligações recebidas e efetuadas por Suélem ao ex-marido ajudaram a polícia a concluir a investigação. Ele confessou o crime e disse que a matou com pelo menos seis golpes de machado no rosto e na cabeça por ciúmes. Em troca da ajuda para cometer o assassinato, Rodney deu pedras de crack a Israel e Francis. 

A investigação concluiu que Francis, que também estava no barracão, atraiu a vítima até o local em troca de droga, bem como ajudou Rodney a cavar um buraco para enterrar o corpo. 

À polícia, Francis confessou que é usuário de crack e conhecia Suélem. Contudo, ele nega a participação no crime. Francis foi preso no dia 8 de agosto, no bairro Boa Vista, em São José do Rio Preto/SP. 

Israel, por sua vez, que tem uma casa ao lado do local, presenciou a cena e teve participação impedindo que pessoas se aproximassem. Durante a investigação, ele foi preso em flagrante após a polícia encontrar tabletes de cocaína, maconha e crack no barracão. Ele ainda confessou que sabia que Suélem era ex-mulher de Rodney e estava desaparecida, mas negou o envolvimento. 

O ex-marido ainda confirmou que jogou o machado usado no assassinato em um canavial. Com a conclusão do inquérito, cabe ao Ministério Público (MP) decidir se oferece ou não a denúncia contra os criminosos. 

Ação contra o município 

Segundo apurado pela reportagem, a família de Suélem ingressou com uma ação na Justiça alegando responsabilidade da Prefeitura de Catiguá, já que o barracão onde a vítima foi morta é conhecido entre os usuários como ponto de tráfico de drogas. 

A reportagem questionou a assessoria da prefeitura sobre a ação, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria. 

O local, segundo o advogado da família descreve na ação, nunca foi interditado ou fiscalizado pelo poder público, o que facilitou a execução do crime. Com isso, a família pede o pagamento de pensão mensal aos filhos de Suélem, que são menores de idade, até que completem 21 anos, no valor de dois terços de um salário mínimo. 

Além disso, a família pede uma indenização por danos morais no valor de R$ 150 mil a cada um dos autores. No total, a família pede o valor de R$ 761 mil. 

“O sequestro do imóvel, já que se encontra abandonado e sem função social, possibilita que a reparação às vítimas seja garantida sem onerar os cidadãos deste município”, diz um trecho da ação. 

Desaparecimento 

Segundo o boletim de ocorrência, Suélem saiu de casa por volta das 18h no dia 9 de junho, usando um vestido vermelho, mas não retornou para casa. O carro usado por ela foi encontrado abandonado no dia seguinte, sem as chaves. 

Os familiares suspeitaram que havia algo errado depois que a mulher parou de enviar mensagens e comunicaram o desaparecimento à polícia no dia 12 de junho. 

Suélem tinha medida protetiva contra o ex, que invadia a casa dela e a agredia, segundo a família. A mulher deixou dois filhos, sendo um de seis meses. 

*Com informações do g1

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