
O Festival aconteceu simultaneamente em mais de 100 cidades em todo o país.
O Instituto de Reabilitação Lucy Montoro promoveu neste sábado (20.set), em São José do Rio Preto/SP, a segunda edição do Festival Paralímpico 2025, iniciativa que reforça a inclusão, o incentivo ao esporte e a troca de experiências entre crianças e adolescentes. O evento, coordenado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), foi realizado na quadra da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), e reuniu cerca de 150 pessoas, com e sem deficiência, familiares, cuidadores e amigos. O Festival aconteceu simultaneamente em mais de 100 cidades em todo o país.
Durante a manhã, os jovens tiveram a oportunidade de participar de partidas adaptadas de basquete, vôlei, bocha e atletismo, modalidades cuidadosamente preparadas para garantir a acessibilidade. O objetivo foi oferecer um espaço de convivência e experimentação esportiva de maneira lúdica e recreativa, estimulando a superação de barreiras físicas e sociais.

Entre os participantes, atletas do Lucy Montoro, medalhistas em competições nacionais e internacionais, como Débora Roque, moradora de Birigui e atleta de cross fit, dardo e disco, e Bruno Damião dos Santos, morador de Rio Preto e que figurou entre os três melhores do Brasil no lançamento do disco.
Mais do que suas medalhas, eles levaram para o Festival o exemplo de que os portadores de deficiência física podem ter uma vida plena. “Antes de sofrer ficar paraplégica três anos atrás, eu era totalmente sedentária. Nosso corpo é fantástico. Independentemente da nossa limitação física, temos plena capacidade de adotar um esporte, é só encontrar o que você gosta e é possível praticar”, afirmou Débora.

Damião também era sedentário, com seus 130 quilos ao volante de um caminhão. Em 2016, ao reagir a um assalto, foi baleado na coluna e ficou paraplégico. A limitação também o levou ao esporte. Primeiro, canoagem, depois lançamento de disco, que o resultaram em mais de 30 medalhas. “Além de oferecer qualidade de vida, o esporte permite a sua inserção na sociedade, a conhecer muitas pessoas e lugares. Não consigo viver sem o esporte”, declarou o atleta.
É na condição de formador de esportistas e referência no país que a unidade do Instituto Lucy Montoro de Rio Preto sediou novamente o Festival Paralímpico, também uma forma de estimular a comunidade local a reconhecer o esporte como ferramenta de transformação social e promoção de igualdade.
Tatiane Clementino, coordenadora do Lucy Montoro, faz coro a Débora e Damião na mensagem que permeou o evento. “O esporte desempenha um papel fundamental na vida de todas as pessoas com ou sem deficiência, pois promove saúde física, bem-estar mental e inclusão social”, ressaltou. “Para pessoas com deficiência, a prática esportiva contribui para o desenvolvimento da autonomia e da integração em diferentes ambientes, além de ser uma ferramenta importante para a reabilitação, autoestima e superação de barreiras físicas e sociais. Em ambos os casos, a atividade física favorece a convivência, reduz preconceitos e valoriza as potencialidades de cada indivíduo, reforçando que o movimento e a participação são direitos de todos”, finalizou a coordenadora.
O Festival Paralímpico
O evento foi realizado pela primeira vez em 2018. À ocasião, foram 48 locais com a participação de mais de 7 mil crianças. Em 2019, o evento teve 70 sedes e recebeu mais de 10 mil inscritos. No ano seguinte, a ação foi cancelada devido à pandemia de Covid-19 e retornou em 2021, com 8 mil participantes em 70 núcleos. Em 2022, foram atendidas 15 mil crianças.
A partir de 2023, o Festival Paralímpico passou a ter duas edições anuais. Em maio, o evento contou com 21 mil participantes, assim como em setembro, somando um total de 42 mil inscrições acumuladas.
Em 2024, o Festival Paralímpico contou com a presença de um número recorde de inscritos, mais de 44 mil crianças em duas edições do evento, que contou com um total de 120 núcleos.