Em CPI, ex-diretor-geral da PRF diz que apagou pedido de voto em Bolsonaro devido a ‘polêmica’ 

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Silvinei Vasques em depoimento à CPI mista dos Atos Golpistas — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Um dia antes do segundo turno das eleições, Silvinei Vasques fez publicação pedindo votos para o então presidente da República. Ele foi o primeiro ouvido na CPI dos Atos Golpistas, nesta terça-feira (20).


O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, disse nesta terça-feira (20.jun) que apagou uma postagem em que pedia voto para o então presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno das eleições de 2022, devido à “polêmica”.

A declaração foi durante o depoimento de Vasques na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Golpistas. Ele foi o primeiro ouvido pelos parlamentares como testemunha.

A referida postagem foi feita pelo então diretor da PRF um dia antes do segundo turno das eleições. Na ocasião, ele postou uma bandeira do Brasil e pediu voto para Bolsonaro. Depois, a postagem foi apagada.

Durante a audiência da CPI, Vasques foi questionado pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) sobre o motivo de ter apagado a publicação. 

“Eu postei a bandeira do Brasil e aí como começou (sic) algumas críticas na imprensa, eu fui lá e apaguei, mas era a minha rede social, no sábado, quando eu estava de folga, no meu celular e usando a minha internet”, afirmou Vasques. 

Vasques acrescentou dizendo que retirou o post pela repercussão e afirmou que é “normal na PRF os policiais terem um candidato na sua hora de folga”. 

Relação com Bolsonaro 

Silvinei Vasques é alvo de investigação da Polícia Federal. O inquérito que apura se houve prevaricação na atuação da PRF durante o bloqueio de rodovias feitos por bolsonaristas e se houve violência política nas fiscalizações de veículos feitas pela corporação durante o segundo turno das eleições de 2022, em especial no Nordeste. 

Em dezembro de 2022, o ex-diretor se aposentou, com salário integral. Na CPI, ele foi questionado sobre a relação com Bolsonaro, e negou intimidade, disse que a interação entre os dois era “muito profissional”. 

“O presidente Bolsonaro, eu nunca fui, em nenhuma festa, por exemplo, da filha dele mais nova, não sou padrinho, não sou parente. Nunca votei nele, porque meu título de eleitor está em Florianópolis, sempre esteve lá. O que a gente tinha era uma relação muito profissional”, disse. 

Vasques também disse que Bolsonaro demonstrava “carinho” com a instituição. “Foi um dos questionamentos: ‘Ah, por que o senhor tem foto com o presidente da República, lá na ação do Rio de Janeiro? Porque foi o único que deixou bater a foto, nenhum outro presidente autorizou a gente bater foto. Como é que eu ia ter foto com outro presidente?” 

“Qual é o orgulho para um servidor público? Qual é o orgulho para um policial? Quem é o presidente? É o maior comandante das polícias, qualquer presidente. O atual também é, todos foram, então é um orgulho pra gente levar uma foto com o presidente, a gente se emociona. Só que, infelizmente, ele foi o único que dava essa autorização, por isso que eu tinha foto com ele”, alegou. 

*Com informações do g1