De raízes em Votuporanga ao topo do mundo

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Entre as chuteiras e a prancha, Yago fez sua escolha, em Florianópolis, trocou o campo pelo mar e iniciou a trajetória rumo ao título mundial. (foto Fabio Silvestre)

Com familiares na cidade, o surfista catarinense Yago Dora conquistou o título da WSL Finals 2025 e leva consigo o orgulho da família Abbas

 

No início deste mês, em Cloudbreak, Fiji, Yago Dora escreveu seu nome na história ao conquistar o título mundial de surfe. (foto Fabio Silvestre)

 

@caroline_leidiane

 

O surfe brasileiro tem um novo campeão mundial. Yago Dora, de 29 anos, brilhou nas ondas de Cloudbreak, Fiji, e conquistou a WSL Finals 2025, consagrando-se entre os grandes nomes do esporte. O título, no entanto, também encontra eco em Votuporanga, onde parte da família do atleta tem raízes profundas.

A mãe do campeão, Michelle Abbas Dora, guarda lembranças afetivas da cidade. “Minha infância era marcada pelos Natais em Votuporanga, na casa dos meus avós, seu Nino e dona Lúcia. Meu pai, Joaquim ‘Fifo’, sempre que podia nos levava para lá. Yago esteve na cidade quando era criança, nas casas dos meus tios João, o ‘Chapa’, e Celeste. Esses laços seguem vivos até hoje”, contou.

O avô, Joaquim “Fifo” Abbas, e o tio João “Chapa” são nomes conhecidos no meio esportivo e cultural votuporanguense, referências que ajudaram a moldar a paixão de Yago pela vida atlética.

“Ele sempre viu as fotos do avô e do tio jogando, essa paixão pelo esporte é uma semente que brotou nele. Tenho certeza que meu pai estaria muito orgulhoso em ver o neto se tornar um grande atleta”, disse Michelle.

A trajetória de Yago no surfe começou cedo, ainda em Florianópolis, para onde a família se mudou em 2000. O contato com o mar foi natural, primeiro vieram os jogos de futebol, depois a lanchonete na praia e o envolvimento do pai, Leandro Dora, conhecido como Grilo, como treinador de surfe.

“Foi ali que ele trocou as chuteiras pelas pranchas e nunca mais saiu da água”, relembra a mãe.

O título mundial foi a consagração de uma temporada intensa. Contra atletas como o americano Griffin Colapinto, Yago demonstrou técnica, controle e estilo.

“Ele sabia que tinha feito tudo o que precisava. No dia da final, estava sereno, confiante e fez um surfe lindo, merecedor do título”, afirmou Michelle.

Mas, para além da vitória, o campeão já projeta os próximos passos. Segundo a mãe, o foco segue sendo a evolução.

“Ele busca sempre se superar, não pela realização pessoal, mas para inspirar novas gerações a se tornarem sua melhor versão”, diz.

Para Votuporanga, fica o orgulho de ter contribuído, ainda que de forma indireta, com a formação desse atleta que hoje leva o nome do Brasil ao pódio mais alto do surfe mundial.

“Ele é muito grato a todos que fizeram parte dessa trajetória. Essa conquista também é uma homenagem às suas origens”, finaliza Michelle.