Sem VAR, a atuação do árbitro Guilherme Francisco Maciel da Silva e Rosário não foi confusa só dentro de campo, resultando em revolta da torcida alvinegra e quatro expulsões – necessitando da intervenção e escolta da Polícia Militar – até a súmula teve que ser retificada.
Jorge Honorio
jorgehonoriojornalista@gmail.com
Em jogo movimentado e com duas viradas de placar, o Ituano venceu o Clube Atlético Votuporanguense por 3 a 2, no último sábado na Arena Plinio Marin, em Votuporanga/SP, diante de 1.004 pagantes, pela 14ª rodada da Série A2 do Campeonato Paulista. Walterson e Bruno Alves (duas vezes de pênalti, já nos acréscimos, graças à intervenção para lá de questionável do quarteto comandado pelo árbitro Guilherme Francisco Maciel da Silva e Rosário) marcaram para o Ituano enquanto Orlando Júnior e Hugo fizeram para o CAV.
Com a segunda vitória seguida na competição, o Ituano chega a 22 pontos e entra no G-8, assumindo a terceira posição na tabela. O Votuporanguense, por sua vez, se mantém em 12º com 14 pontos e um jogo a menos, uma vez que, volta a campo nesta quarta-feira (5.mar), às 19h30, contra o Linense, fora de casa, em jogo adiado pela 13ª rodada.
Com a bola rolando…
A partida já trazia na essência uma atmosfera de decisão para a reta final da primeira fase do Paulistão A2, principalmente por ser a última partida em casa do CAV. Diante da importância do duelo, a FPF (Federação Paulista de Futebol) escalou o árbitro Guilherme Francisco Maciel da Silva e Rosário, com auxílio de Diego Morelli de Oliveira e Ítalo Magno de Paula Andrade, além do 4º árbitro Gabriel Furlan, e Ricardo Barbieri Pereira da Silva como analista de vídeo.
Com a bola rolando, o Ituano iniciou dominando as ações. Com três minutos de jogo, Dal Pian driblou dois marcadores, mas chutou fraco no gol. Não demorou muito para o zero sair do placar, e aos sete minutos em jogada de escanteio, a bola sobrou nos pés do centroavante Walterson, que desencantou e fez seu primeiro gol com a camisa do Ituano, abrindo o marcador para os visitantes.
O cenário do primeiro tempo parecia indicar que o CAV não conseguiria reagir, mas foi aos 28 minutos, após lançamento vindo da zaga para Orlando Júnior, livre, pelo lado direito, ele dominou com calma e fez o gol de empate para a Pantera Alvinegra.
A etapa complementar reservaria grandes emoções para o torcedor. Aos dois minutos, Orlando Júnior cruzou na área e encontrou Hugo sozinho na pequena área, que chutou de primeira e virou a partida para os mandantes.

O duelo seguiu movimentado e o Votuporanguense – repetindo a máxima que o acompanha desde o início da temporada – perdeu algumas oportunidades de ampliar o placar e matar o jogo. Contudo, quando tudo parecia definido, o jogo voltou a esquentar no apagar das luzes. Aos 45 minutos, após cobrança de escanteio, Matheus Maia cabeceou e a bola bateu no braço do zagueiro Dener: pênalti a favor do Ituano. Bruno Alves, que havia entrado na segunda etapa, foi para a batida e chutou no canto esquerdo de Luis Carlos, empatando o jogo.
Se no primeiro tempo o árbitro Guilherme Francisco Maciel da Silva e Rosário acrescentou apenas um minuto, no segundo ele a resolveu compensar e acabaria determinando oito minutos de acréscimo.
Pouco depois, Bruno Alves lançou Nathan, que se enrosca na área e salta por cima de Leo Paraíso: mais um pênalti para o Ituano. Em que pese a qualidade baixa das imagens da transmissão, se o primeiro pênalti foi questionável, o segundo foi escandaloso, gerando revolta dos jogadores do CAV. O goleiro Luis Carlos exagerou na reclamação e acabou expulso.
Depois de três minutos de jogo paralisado e com o Votuporanguense sem poder fazer mais substituições, sobrou para o volante Derik assumir a responsabilidade de tentar defender o pênalti, que Bruno Alves novamente bateu e converteu, confirmando a vitória do Ituano por 3 a 2.
Ao final da partida, os atletas e a comissão técnica do CAV cercaram o trio de arbitragem, ainda revoltados com as marcações de pênalti. Foi necessária a intervenção da Polícia Militar para acalmar os ânimos em campo.
Sem VAR
Como noticiado anteriormente pelo Diário, o Paulistão A2 Sicredi 2025 não conta com auxílio da tecnologia nas 15 rodadas na primeira fase. O VAR é utilizado somente a partir das quartas de final. A decisão será em 6 de abril.
Quatro expulsões e súmula retificada
A atuação do árbitro Guilherme Francisco Maciel da Silva e Rosário, representante máximo da FPF (Federação Paulista de Futebol) no duelo, se tornou objeto da fúria alvinegra. Na primeira súmula, o juiz relatou a expulsão do goleiro reserva Jean Carlos, camisa 1, ao invés do titular Luis Carlos, camisa 12, atleta mais experiente do elenco com 37 anos.
No documento, o arbitro relatou o motivo do cartão vermelho para o arqueiro: “Expulsei o senhor Jean Carlos Batista [Luis Carlos], depois de um cartão amarelo aplicado por chutar a bola para longe, após um pênalti marcado e protestando contra a decisão, continuou proferindo as seguintes palavras, ‘você está mal-intencionado, veio nos roubar aqui’ fui até ele, que me empurrou com o braço esquerdo, desta forma apliquei o cartão vermelho direto.”
O juiz afirmou ainda o motivo da expulsão do defensor Amorim – após o final do jogo: “Expulso por, após término da partida, o mesmo partiu em minha direção de maneira agressiva e desrespeitosa, dizendo as seguintes palavras ‘Você sempre vem foder a gente aqui, você estava mal-intencionado’. Sendo contido pelo policiamento. Informo que não apresentei o cartão vermelho devido ao tumulto generalizado.”
Além de Amorim, no pós-jogo, outros dois personagens do Votuporanguense foram expulsos: “Informo que após término da partida, o treinador de goleiro da equipe mandante Sr. Vhenycius Aparecido dos Santos Zarpelão, adentrou ao campo de jogo, partindo em direção da equipe de arbitragem, de forma agressiva e desrespeitosa dizendo as seguintes palavras ‘Vocês não podem fazer isso, ladrão’ sendo contido pelo policiamento. Informo ainda que não foi possível apresentar o cartão vermelho, devido ao tumulto generalizado.”
Para fechar a súmula, o árbitro explica o motivo pelo qual expulsou o médico do CAV: “Informo que após término da partida, o médico da equipe mandante Sr. Flavio Augusto Pastore, adentrou ao campo de jogo, partindo em direção a equipe de arbitragem de forma agressiva e desrespeitosa dizendo as seguintes palavras ‘Ladrão vocês roubaram a gente, safado’ sendo contido pelo policiamento. Informo ainda que não foi possível apresentar o cartão vermelho, devido ao tumulto generalizado.”
Último compromisso
Após o duelo desta quarta-feira em Lins, o Votuporanguense fecha a primeira fase do estadual em visita a Portuguesa Santista no próximo sábado (8), às 15h, no Estádio Ulrico Mursa, em Santos.