Arlindo Chinaglia acredita em Lula no Planalto e Fernando Haddad no Governo de SP

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Foto: Reprodução

Deputado federal esteve em Votuporanga/SP nesta quarta-feira e em reunião com a militância petista explicou que não acredita em ‘terceira via’.


O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT/SP), que está em seu sétimo mandato, tendo sido inclusive presidido à Câmara dos Deputados entre 2007 a 2009, esteve nesta quarta-feira (26.jan) em Votuporanga/SP cumprindo agenda política e mobilizando a militância petista.

Na terra das brisas suaves, o parlamentar cumpriu compromissos de agenda e fechou em reunião no Diretório local com correlegionários. Dentre os temas abordados, o parlamentar explicou sobre essa sua atuação como presidente da Câmara dos Deputados, referente ao “fundão eleitoral”, esclarecendo que em sua gestão, colocou para funcionar as emendas parlamentares, as quais teriam que passar por um “referendum popular”, isto é, as emendas obrigatoriamente deveriam ser aprovadas em uma audiência pública, bem como, todos os municípios teriam garantido uma verba, de acordo com sua população, tornando essa distribuição de verbas geral, atendendo toda à população e não só municípios ‘apadrinhados’. 

Em ano eleitoral, o deputado foi questionado, em o PT voltando ao poder, como procederá para que esses investimentos se convertam em votos, uma vez que Votuporanga foi uma das cidades que mais verbas federais recebeu nos governos Petistas e na última eleição presidencial teve menos de 20% dos votos válidos no 2º turno, o que deixou claro que os votuporanguenses não reconheceram o grande aporte de recursos federais aqui no município. Chinaglia se posicionou dizendo que tais erros não se repetirão. 

O deputado também falou sobre a economia, focando no desemprego e na quantidade de pessoas desalentadas – que já desistiram que procurar uma oportunidade no mercado de trabalho, Arlindo citou ainda o alto custo dos itens básicos de consumo e afirmou que a situação do Brasil piorou após o que classificou como ‘golpe branco’ em Dilma Rousseff. 

Segundo o parlamentar, se não há renda devido ao nível de desemprego e a perda de poder de compra do assalariado, não há consumo, não havendo consumo, não há produção, levando a um “círculo vicioso” de mais desemprego, mais inflação, menos produção, menor arrecadação, menor investimento. 

Partindo definitivamente para as urnas, o petista está otimista, porém, cauteloso, e sobre uma possível vitória de Lula ainda em 1º turno – como afirmam alguns institutos de pesquisas, ele respondeu que cada momento é um momento, e a ‘elite econômica’ não vai entregar de ‘mão beijada’ a vitória ao PT. Segundo Chinaglia, ‘com certeza estarão preparando alguma armadilha para prejudicar a candidatura de Lula”.  

No páreo que levará o próximo gestor do estado mais rico do Brasil ao Palácio dos Bandeirantes, o deputado aposta todas as fichas em Fernando Haddad. “O Haddad hoje com a saída do Alckmin ele passou para primeiro lugar, porque nunca teve alguém com 28% de intenções de voto nessa altura do campeonato. O PSDB acredita que vai eleger o Rodrigo Garcia, mas tem uma variável que ninguém abordou ainda. Quantos votos o Bolsonaro tem aqui no Estado de São Paulo, 15%? Não quero jogar menos. Se ele transferir 15% para o candidato dele que é o Tarcísio, esses 15% sairiam todos do potencial eleitor do Rodrigo Garcia, nenhum sairá do Haddad, então eu acho que no Estado também estamos no páreo e firmes”, detalhou. 

Ainda falando da eleição presidencial, o deputado explicou ao correligionários que não acredita em 3ª via, de acordo com ele, João Doria (PSDB) e Sergio Moro (Podemos) têm uma ‘base totalmente falsa’.

“Você não consegue construir uma parede sem alicerce e eles não tem alicerce, porque qual é a tese? Não queremos polarização, nem Bolsonaro e nem Lula, se a polarização é eleitoral, porque não pode haver polarização eleitoral? Isso é estupidez. Vamos pegar o Doria, terceira via, não foi ele que criou o BolsoDoria Então ele tem as mãos sujinhas de sangue no que diz respeito ao Bolsonaro. O Moro, em específico, só fala em corrupção, parece que ele é o paladino. O supremo [STF] o declarou suspeito, foi o Facchin que anulou a condenação do Lula e o Moro agora tenta de todas as maneiras impedir o que o Tribunal de Contas já decidiu, que é mostrar o contrato que ele tem com aquela empresa global que trabalha com recuperação judicial, que está atendendo a Odebrechet”, explicou. 

Corrupção

Contudo, o deputado não negou que houve corrupção nos governos do PT, mas defendeu que houve uma generalização injusta que, de acordo com ele, será desmistificada. “O Lula foi condenado com a chamada teoria de domínio dos fatos. Juristas, inclusive o que elaborou a tese na Alemanha, falava que não se aplica nesse caso, porque o Lula sendo a figura que é ao atingi-lo aquilo de forma deliciosa, as pessoas derivavam para qualquer um do PT. Uma observação fácil, aqui na cidade, o partido mais corrupto é o PT, com certeza não. Na região, é o PT? Com certeza não”, concluiu. 

Contudo, Arlindo pediu pés no chão. “A eleição ainda tem nove meses para acontecer, se fosse hoje não teria nenhuma dúvida que o Lula ganharia as eleições, mas até lá tem tempo. Eu não creio que a direita vai assistir o Lula ganhar as eleições e ficar só batendo palma. Não faço apologia ou a propagando de forma irresponsável, não podemos nem sonhar em ficar de salto alto. Se ganhar no primeiro turno, ok. Mas nós temos que nos preparar para disputar dois turnos”, finalizou.