Com aporte financeiro de empresa do lateral do São Paulo e da Seleção, Votuporanguense naufraga na tentativa de subir à elite do futebol paulista.
O sonho era disputar a elite do Campeonato Paulista em 2021, mas a realidade será na Série A3 do estadual na próxima temporada. Considerado um dos favoritos ao acesso na Série A2 deste ano, o Votuporanguense viu o projeto de se tornar uma das potências do interior de São Paulo ser adiado.
Fundado em 2009, o Clube Atlético Votuporanguense teve uma porcentagem comprada por um grupo que tem Daniel Alves como um dos sócios, ao lado do empresário Fransérgio Ferreira. O jogador, no entanto, nunca se envolveu diretamente no dia a dia do clube. A ideia é se dedicar ao projeto após a aposentadoria no futebol profissional.
“Estamos contentes com essa parceria com o grupo do qual o Daniel Alves faz parte. É tudo que o Votuporanguense precisa para crescer. É um jogador com muita expressão e isso vai nos ajudar bastante”, disse à época o presidente Marcelo Stringari.
Com o aporte de uma empresa que tem o lateral Daniel Alves, do São Paulo, como um dos sócios, o Votuporanguense entrou na disputa da Série A2 do Campeonato Paulista sonhando com uma vaga no Paulistão de 2021. No entanto, dentro de campo, o time sofreu com as trocas de técnicos e com a falta de liga no elenco montado, um dos mais caros entre os 16 participantes da competição. O resultado foi o penúltimo lugar e o rebaixamento para a terceira divisão estadual do próximo ano.
Penúltimo colocado, o Votuporanguense somou 13 pontos em 15 rodadas. Ao todo, foram três vitórias, quatro empates e oito derrotas. O CAV teve três treinadores na disputa da Série A2: Marcelo Henrique, Júnior Rocha e o ex-goleiro do Santos e Roma Júlio Sérgio.
– Montamos um time para brigar na parte de cima da tabela, brigar pelo acesso. Fizemos investimentos no clube, construímos academia, um novo espaço para os atletas. Montamos uma folha salarial que foi a maior nossa em todas as disputas da Série A2, mas infelizmente nós caímos – disse Marcelo Stringari, presidente do Votuporanguense.
O rebaixamento adia o projeto do clube de disputar pela primeira vez a elite do Campeonato Paulista e de buscar projeção nacional. Em 2019, o CAV participou da Copa do Brasil após ter sido campeão da Copa Paulista. A intenção dos investidores, que reformam a Arena Plínio Marin, é disputar simultaneamente o Paulistão e alguma divisão do Campeonato Brasileiro.
– O Votuporanguense continua firme e forte, vamos pensar no planejamento da Série A3 para podermos voltar à Série A2. Somos um clube cumpridor das obrigações, não temos dívidas trabalhistas, acertamos com todos os jogadores após o rebaixamento. Agora é buscar a Série A2 de novo. Caímos, mas caímos de pé. Não adianta lamentar e achar culpado, é ver onde errou e consertar – analisa o presidente do CAV.
Tentativa de compra de vaga no Paulistão
No início do ano, com a fusão do RB Brasil com o Bragantino, o Votuporanguense enxergou uma oportunidade de subir para a divisão principal fora de campo. Controlados pelo mesmo grupo, RB Brasil e Bragantino não poderiam disputar a mesma divisão, abrindo a possibilidade do Votuporanguense negociar a compra da vaga do RB Brasil na elite.
O CAV chegou a negociar a vaga em um acordo que girava em torno R$ 12 milhões. No entanto, a direção optou em investir o dinheiro na montagem do elenco para a disputa da Série A2 e o consequente acesso dentro de campo. Com isso, o RB Brasil acabou rebaixado à Série A2. Ironicamente, RB Brasil e Votuporanguense acabaram com o mesmo número de pontos, com o time de Votuporanga sendo rebaixado por diferença no saldo de gols. (GE – Votuporanga)