Time tem contrato com apenas 3 jogadores e não possui mas nenhum funcionário. Em nota, diretoria diz que retornar ao campeonato seria o mesmo que decretar falência.
O Votuporanguense anunciou a paralisação total do futebol em virtude da pandemia do coronavírus. Em nota, o time, que tem o lateral do São Paulo Daniel Alves como um dos investidores, comunicou que possui contrato com apenas três jogadores e que não possui mais nenhum funcionário.
Através de um comunicado, o clube diz que o futebol passa por um período que pode ser considerado a uma Guerra Mundial. Além disso, o Votuporanguense diz ter perdido todas as receitas, já que patrocinadores congelaram os pagamentos e a Federação Paulista não repassa mais valores por conta da paralisação do futebol.
“Acreditamos que a volta do futebol nesse ano seria decretar a falência dos pequenos clubes como o nosso”, diz trecho do comunicado divulgado pelo clube.
O Votuporanguense é o lanterna da Série A2 do Campeonato Paulista. Com nove pontos em dez rodadas, o time briga contra o rebaixamento nas últimas três rodadas da competição, que não tem previsão de retorno. A continuidade do campeonato, segundo o clube, seria decretar a falência de vários pequenos do futebol paulista.
Além do futebol profissional, o Votuporanguense confirmou o encerramento das atividades das categorias de base e a devolução de um centro de treinamento que alugava para os treinos e alojamento dos jogadores.
Marcello Stringari, presidente do Votuporanguense, não descarta Votuporanguense jogar a Série A2 neste ano — Foto: FPF/Reprodução
Procurado pela reportagem, o presidente do Votuporanguense, Marcello Stringari, diz que o comunicado trata-se da opinião do clube e da divulgação da situação vivida atualmente. No entanto, não descartou encerrar a disputa da Série A2 do Campeonato Paulista, como foi acordado entre dirigentes em reunião com a Federação Paulista de Futebol.
Confira abaixo o comunicado na íntegra divulgado pelo Votuporanguense:
“Devido a pandemia o CAV dispensou e fez acerto com todos os seus funcionários, sendo comissão técnica tanto do profissional quanto da base; 28 contratos com atletas profissionais venceram dia 27/04, ficando apenas 3 atletas com contratos mais longos; Todos os funcionários da cozinha e limpeza também foram dispensados; O CT onde a base estava alojado foi entregue. Todos os atletas da base estão em suas casas e não temos previsão de voltar, já que a participação da base no segundo semestre não será obrigatória esse ano. Em resumo, o clube parou, não tem nenhum funcionário. A receita foi a zero. Todos os patrocinadores suspenderam os pagamentos (com razão). Acreditamos que a volta do Futebol nesse ano seria decretar a falência dos pequenos clubes como o nosso. Esse ano foi atípico, estamos passando por um período comparado a uma Guerra Mundial. Sem dúvida alguma, o mais sensato seria usar esse segundo semestre para repensarmos, nos adequarmos ao novo e desconhecido mundo que teremos a partir de agora, para voltarmos em 2021 com um campeonato forte novamente. Em 2020 vamos pensar na vida.”