A 12ª sessão ordinária foi marcada pela posse do vereador Fernandinho para ocupar cadeira de Edinalva Azevedo; além do pedido de desculpas de Sueli Friósi à Jura, após acusá-lo de crimes contra a saúde pública.
A 12ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga/SP, realizada no início da noite de segunda-feira (12), foi marcada pelos apelos da maioria dos vereadores para que o Poder Executivo reveja o decreto municipal e permita a realização de cultos e missas, assim como as demais atividades religiosas de forma presencial.
Assunto foi tema de um pedido encabeçado pelo vereador Daniel David (MDB), líder de governo na Casa de Leis e acompanhado pelos parlamentares: Cabo Renato Abdala (Patriota), Chandelly Protetor (Podemos), Nilton Santiago (MDB), Osmair Ferrari (PSDB) e Jezebel (Podemos), que usaram seus tempos de fala para pedir em favor das atividades presenciais nos templos.
Sobre o assunto, Chandelly Protetor explicou que “as igrejas recuperam vidas. As igrejas nesse momento de pandemia, onde as pessoas só ficam em casa, pensando besteira, ouvindo só notícia ruim na internet, nos telejornais, através do rádio, acabam ficando mal. Elas precisam ouvir a palavra de Deus. Eu sou totalmente favorável à abertura das igrejas”.
Já Daniel David comentou o pedido feito à Prefeitura: “Fiz a solicitação de que, havendo a possibilidade, das igrejas estarem também sendo abertas, é claro, com total cuidado e distanciamento. O prefeito ficou de ver até este final de semana essa possibilidade e dar um retorno para nós que, acredito, vai ser positivo”.
O parlamentar explicou que é necessário apenas seguir as regras de distanciamento e cuidados para que as igrejas possam se manter abertas. “Se há algo essencial acredito que está aí, pois Deus está acima de tudo e de todos. É uma necessidade sim, e nós temos visto tantas pessoas depressivas, estressadas, abatidas e tenho certeza que essa questão da igreja faz a diferença na vida de todos. Peço para o
prefeito para que ele realmente pense com carinho para que possa voltar as atividades religiosas”, finalizou Daniel David.
A reabertura do comércio também foi ponto quase total de convergência entre os vereadores, na tentativa de amenizar os devastadores efeitos da pandemia. Cabo Renato Abdala, comentou que ainda confirmaria dados, mas que aproximadamente 480 empresas fecharam ou estão para fechar no município.
Esse assunto também balizou à fala do presidente da Câmara, o vereador Serginho da Farmácia (PSDB) que fez um apelo ao prefeito Jorge Seba pela flexibilização de outras atividades econômicas e fez um alerta de que a cidade está “quebrando”.
Parlamentar, ainda pediu que o chefe do Executivo municipal “reavalie com atenção e que dê a oportunidade de as pessoas trabalharem, de ganharem os seus sustentos, já que a fome está rondando a vida de muitas famílias votuporanguenses”, concluiu o vereador.
Fernandinho é empossado
Com a afastamento da vereadora Edinalva Azevedo (DEM) no período entre 9 de abril à 9 de maio, por motivo de saúde, Fernandinho que até então era o suplente na Câmara foi empossado para mandato de aproximadamente 30 dias.
Fernandinho é professor e personal trainer, tem 31 anos e obteve na última eleição municipal 580 votos, ficando na suplência do seu partido.
Desculpas aceitas
No início do mês, durante sessão, em um momento de debate acalorado a vereadora Sueli Friósi (PTB) com o dedo em riste, acusou o parlamentar Jurandir Benedito da Silva (PSB), o Jura, de crimes contra a saúde pública.
Na oportunidade, segundo ela, Jura teria ido trabalhar na Câmara mesmo sabendo que estava com Covid-19, colocando em risco todos os vereadores e funcionários da Casa de Leis. O estopim do discurso inflamado foi uma fala de Jura que havia dito que alguns vereadores estavam sendo negacionistas em relação à situação da pandemia no município; além de que alguém, havia promovido boatos de que ele teria espalhado vírus, no período em que estaria internado.
O clima azedou e enquanto Friósi tentava provar sua fala, Jura montava um processo. Contudo, imagens do circuito de monitoramento da Casa de Leis comprovaram que Jura não esteve na Câmara após o diagnóstico para Covid-19 e sim, antes.
Diante da constatação, a vereadora usou seu tempo de fala nesta segunda-feira para se desculpar publicamente pelos crimes que imputara ao companheiro de Câmara Municipal.
Nesta terça-feira (14), ao Diário de Votuporanga, o vereador explicou que “devido à retração, me senti contemplado. Jamais faria tal coisa e não fiz [ir à Câmara ciente do diagnóstico da Covid-19]. Acredito que a Câmara deve ser maior que os vereadores e nós devemos continuar trabalhando juntos, principalmente nesse momento de pandemia”, concluiu Jura.
Polêmica de celebrações religiosas presenciais
O assunto foi tema de polêmica nas últimas semanas. Depois de uma liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) autorizar as atividades religiosas no Domingo de Páscoa, o Plenário da Corte revogou a decisão e permitiu que estados e municípios proibissem os cultos e missas.
Diante do entendimento, o governador João Doria (PSDB) decidiu determinar novamente o fechamento das igrejas e o prefeito Jorge Seba o acompanhou na decisão que começou em Brasília/DF e terminou em Votuporanga.
Ainda sobre o assunto, durante este final de semana, houveram relatos de desrespeito aos decretos estadual e municipal, onde supostamente diversas igrejas mantiveram suas atividades presenciais, inclusive com aglomerações.
A Prefeitura de Votuporanga afirmou que não lavrou nenhuma multa nesse período, apenas realizou orientações; salientando ainda, que seguem em vigência as normas do decreto.