Em momento de turbulência, treinador diz que faz o que gosta e que pressões são normais.
Em entrevista coletiva após a vitória do Brasil por 2 a 0 sobre o Equador, o técnico Tite foi questionado sobre o momento de turbulência vivido pela Seleção e disse estar “em paz”. Embora tenha evitado cravar a permanência no cargo, ele pediu cuidado com especulações.
O treinador também citou uma frase de Barack Obama, ex-presidente norte-americano:
– Estou fazendo o meu trabalho normalmente. Sempre faço. Estou em paz comigo mesmo. Uma resposta extraordinária que guardo para mim, que o Obama deu na entrevista ao (Pedro) Bial. “Minhas adversidades são muito pequenas em relação a de uma série de pessoas, elas talvez enfrentem problemas de saúde, de alimentação, são muito maiores que os meus.” Os meus problemas são fáceis. Pressões? Normais. Vamos trabalhar para isso
Indagado se poderia deixar o comando da Seleção, Tite afirmou:
– Coloquei anteriormente que ia me manifestar. Vocês podem levantar qualquer hipóteses, só peço para terem cuidado. Vou me reportar sim, em momento importante. Não agora. Jogo foi muito difícil, contra Equador, tinha melhor ataque na competição. Conseguimos ter 16 finalizações, com sete no gol. Primeiro tempo muito difícil. Não estou fugindo da resposta. Casemiro foi muito feliz. É o meu pensamento. temos consciência que há a a hora certa para fazer a coisa certa.
Quando perguntado sobre o que fazer para não deixar os problemas extracampo respingarem no desempenho da Seleção, Tite se limitou a dizer:
– Joga bola, joga bola! – afirmou o treinador, apontando para o slogan da equipe.
A Seleção vem enfrentando forte turbulência desde o início da semana, quando o Brasil foi anunciado como sede da Copa América. Os jogadores se incomodaram por ficarem à margem da decisão e descobrirem a novidade pela imprensa e pelas redes sociais. Também reclamaram do fato de nenhum dirigente da CBF, em especial o presidente Rogério Caboclo, ter se pronunciado sobre o tema.
Após externarem a insatisfação a Tite e discutirem a possibilidade de não jogar a Copa América, o elenco pediu uma reunião com Caboclo, que aconteceu na quarta-feira, na Granja Comary, antes da viagem a Porto Alegre.
Nenhum jogador deu entrevista até esta sexta-feira, quando Casemiro falou na saída de campo do Beira-Rio. O capitão da Seleção disse que todos já sabem o posicionamento dos atletas, mas não quis dizer qual ele é. Segundo o volante é preciso respeitar a hierarquia e que o grupo não quer tirar o foco das Eliminatórias, por isso só haverá uma manifestação no futuro.
Na próxima terça-feira, o Brasil enfrenta o Paraguai, às 21h30 (de Brasília), em Assunção.
Tite comentou as alterações táticas que fez e a melhora da Seleção no segundo tempo.
– No primeiro tempo, a gente fez uma modificação. Paquetá na direita, e Richarlison agudo na esquerda. Como setor e estratégia do Equador estava de povoar bastante, a ideia era ter mais um jogador de lado, oferecendo um espaço maior central ao Neymar, e o time cresceu mais no segundo tempo. Com o ritmo imposto pelo Equador, de marcação, naturalmente não conseguiu fazer marcação alta. Foi abrindo esses espaços. Houve entradas boas dos atletas.
Veja outras respostas de Tite na entrevista coletiva:
ESQUEMA DO SEGUNDO TEMPO PODE SER TITULAR?
– Ela pode ser uma, ela pode ser outra, ela vai se confirmar no transcurso dos jogos. A impossibilidade do treinamento faz com que a gente dentro dos próprios jogos encontre a melhor solução, e aqui vai um reconhecimento a comissão técnica, porque a gente procura os grandes momentos do atleta em seu clube. Estou falando isso porque o Paquetá jogou em três funções hoje.
JESUS ENTRARIA NO LUGAR DE QUEM?
– Paquetá, para ter dois jogadores abertos de flutuação pelo centro e dois agudos. Poderia ser dessa forma. Já tínhamos no intervalo visto as dificuldade do Fred, por ser um jogador de força (exposto a cartões), eu pensei: ‘Deixa eu ver como ele vem no segundo tempo’. O jogador de alto nível tem que jogar com a pressão do amarelo, sim, e a circunstância da reclamação dos jogadores em cima de uma falta. Não era passível, mas estava sendo forçada. Essa foi minha primeira visão, mas como os jogadores ficavam forçando, eu optei por trazer o Paquetá por dentro.
ABRAÇOS DOS JOGADORES NO GOL
– É a alegria de 15 pontos em cinco jogos. Depois de sete meses sem jogar. Reunir atletas que vem chegando em final de Champions, dois dias de viagem. Dor nossa na montagem da equipe. Thiago não vem, Militão entra, jogou muito. Tem Lodi, mas tem necessidade do Alex Sandro. Machucou o Dani Alves… tem muito, tem muito de trabalho por trás que é importante.
*Com informações do globoesporte