Sob protesto, Câmara aprova reajuste dos servidores municipais de Votuporanga 

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Plenário Dr. Octávio Viscardi recebe manifestantes contrários ao projeto que concede reajuste de 12% aos servidores – Foto: Jorge Honorio/Diário de Votuporanga

Com ‘casa cheia’ parlamentares aprovaram por 9 votos a 5 o aumento de 12%; grupo de servidores se reúne para discutir paralisação.


Os vereadores apreciaram e aprovaram durante a 9ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga/SP desta segunda-feira (21.mar), por 9 votos a 5, o projeto substitutivo de autoria do Poder Executivo, que concedeu reajuste de 12% aos servidores públicos municipais. A aprovação do Legislativo desagradou os manifestantes que deixaram o Plenário Dr. Octávio Viscardi com gritos e vaias aos parlamentares que foram chamados de ‘vendidos’.

A iniciativa foi alvo de protestos por parte do funcionalismo nas últimas semanas, inclusive, do Sindicato dos Servidores Municipais de Votuporanga; eles pediam reajuste de aproximadamente de 20% e argumentaram que o mínimo aceitável seria uma correção nos vencimentos em torno de pelo menos 15% de dissídio; além das compensações pelas perdas em 2020 e 2021, quando devido a pandemia não tiveram reajustes. 

Contudo, a proposta protocolada na Casa de Leis concedia 12%, sendo (11% de imediato e mais 1% a partir de novembro); após articulações nos bastidores, inclusive por parte dos vereadores, esse valor foi otimizado e o 1% incluído, fechando assim o projeto que acabou aprovado.

O painel eletrônico da Câmara contabilizou 14 votos, sendo que o presidente da Casa – o vereador Serginho da Farmácia (PSDB) não vota, somente em caso de empate. Porém, antes da votação, o parlamentar Mehde Meidão (União Brasil) chegou apresentar um pedido de vistas ao projeto, que adiasse a decisão por sete dias, período para negociações, contudo, acabou negado.

Votaram favoráveis ao projeto: Valdecir Lio (MDB), Carlim Despachante (PSDB), Daniel David (MDB), Jezebel Silva (Podemos), Jura (PSB), Missionária Edinalva (União Brasil), Nilton Santiago (MDB), Professor Djalma (Podemos) e Sueli Friosi (Avante). 

Contrários a iniciativa se posicionaram: Thiago Gualberto (PSD), Cabo Renato Abdala (Patriota), Chandelly Protetor (Podemos), Mehde Meidão (União Brasil) e Osmair Ferrari (PSDB).

Painel eletrônico da Câmara mostra o resultado da votação do projeto que reajusta o salário do funcionalismo municipal de Votuporanga – Foto: Jorge Honorio/Diário de Votuporanga

Carta aberta e paralisação 

Entre os grupos de servidores que se manifestaram publicamente, colaboradores da Saev Ambiental divulgaram uma carta aberta pedindo o mínimo de 16% de reajuste, e falavam sobre uma possível paralisação, caso não fossem ouvidos pela Prefeitura. 

Após a votação, o servidor da Autarquia, Marcelo Cambrais, falou ao Diário de Votuporanga. “O sentimento que fica em todos os servidores que estiveram presentes naquela Câmara se manifestando é de decepção; principalmente, para com os três vereadores que deveriam defender os nossos interesses, a citar: Professor Djalma, Lio e Santiago. Os três que são servidores públicos municipais, que deveriam defender o interesse dos servidores que estavam ali, clamando por uma representatividade e o que eles fizeram? Se negaram a isso. Votaram a favor do projeto de lei e contra os interesses dos servidores. E foi por causa dos votos desses três cidadãos aí, que nós não tivemos sucesso, se eles tivessem votado junto com os servidores, teríamos tido sucesso nessa votação, teríamos tido tempo hábil para uma negociação com o prefeito, e não teria sido aprovada essa vergonha de reajuste”, explicou. 

O servidor ainda comentou à reportagem do Diário que como as demandas dos servidores não foi ‘sequer ouvida’, uma reunião seria realizada no final desta terça-feira para definir os próximos passos, se paralisariam ou não. 

Reajuste do vale-alimentação aprovado 

Os vereadores apreciaram ainda a proposta de reajuste em 23% no valor do vale-alimentação do funcionalismo municipal, e com isso, o valor passou dos R$ 325 para R$ 400. Contudo, para esse projeto não houve objeção ou protestos.