‘Setembro Vermelho’: veterinário explica sobre doenças cardiovasculares em cães

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Cardiólogo veterinário Caio Bernabé — Foto: Arquivo Pessoal

Segundo o especialista, patologias podem acometer cachorros de todas as idades e portes; elas podem ser congênitas ou, na maioria dos casos, adquiridas.


O Dia Mundial do Coração é celebrado em 29 de setembro, mês escolhido como o de conscientização sobre a saúde cardíaca, campanha conhecida como “Setembro Vermelho”. Além dos humanos, as doenças cardiovasculares também são comuns em animais, em especial nos cães.

De acordo com o cardiólogo veterinário Caio Bernabé, de São José do Rio Preto/SP, as doenças cardíacas podem acometer cachorros de todas as idades e portes. Elas podem ser congênitas ou, na maioria dos casos, adquiridas, geralmente desenvolvidas a partir dos 7 anos.

Segundo o especialista, em cães de pequeno porte, a doença mais comum, responsável por cerca de 75% dos casos de problemas cardiovasculares em cachorros, é a degeneração mixomatosa da válvula mitral.

Já nos cães de porte grande, a doença adquirida mais frequente é a cardiomiopatia dilatada, que representa a segunda cardiopatia com maior predominância nesses animais.

Em entrevista, o veterinário explicou que os principais sintomas das patologias são cansaço fácil durante momentos de exercícios, tosse semelhante a engasgo – principalmente quando o animal está agitado, mudança no padrão respiratório e eventuais desmaios. Contudo, os sinais podem variar.

“Os cães acometidos por doenças cardíacas podem ter um período sem sintomas e até não desenvolverem as doenças de forma grave. Já outros animais desenvolvem os sintomas mais cedo e têm evolução a quadros graves, exigindo cuidados maiores”, explica Caio.

Diagnóstico e tratamento

Segundo o cardiólogo, o diagnóstico de doenças cardíacas pode ser identificado em exames clínicos de rotina feitos por um especialista, como ecocardiograma, eletrocardiograma e aferição da pressão arterial. De acordo com Caio, o tratamento é relativo a cada caso.

Ecocardiograma sendo realizado em cachorro — Foto: Arquivo Pessoal

“Alguns animais não necessitam de tratamento e muitas vezes é indicado apenas acompanhamento veterinário. Já outros cães precisam de tratamento para controlar os sintomas e o avanço da doença”, explica.

“Em algumas doenças congênitas é possível obter a cura com cirurgia, já disponível em alguns centros veterinários no Brasil. Para as doenças adquiridas ainda não há cirurgias curativas no país, sendo indicado apenas tratamento com medicações”, completa o especialista.

De acordo com Caio Bernabé, as enfermidades cardiovasculares são uma grande causa de baixa qualidade de vida e morte dos animais. Por isso, é preciso atenção aos sintomas e investigação.

O diagnóstico precoce é importante para que seja possível oferecer tratamento ao cão, proporcionando mais qualidade e tempo de vida do pet ao lado da família.

“Os animais filhotes ou jovens que apresentam algum tipo de sopro cardíaco na consulta com o veterinário devem ser encaminhados a exames cardiológicos. Animais com mais de 7 anos devem entrar no check-up cardiológico anual, assim como é feito nos seres humanos de idade média e avançada, como preventivo.”

Gatos

Segundo o especialista, os felinos também podem desenvolver alterações cardíacas, especificamente no músculo do coração, ocasionando as chamadas cardiomiopatias, que podem ser de diferentes tipos de acordo com o fenótipo da doença.

*Informações/G1