Edilena Huffenbaecher Rapozero orientou sobre sinais de depressão entre crianças e jovens.
Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio, chamado também de Setembro Amarelo. Sabia que nove de cada 10 casos poderiam ser evitados? Os números oficiais revelam ainda mais: 32 brasileiros morrem diariamente, superando a escala de vítimas da Aids e da maioria dos tipos de câncer. Não fica dúvida de quão importante é falar sobre a prevenção, não é?
O SanSaúde apoia a campanha, esclarecendo sobre a importância de quebrar tabus e buscar tratamento. A psicóloga do plano, Edilena Huffenbaecher Rapozero, enfatizou a importância da iniciativa em conscientizar, esclarecer o debate sobre suicídio e destacar a necessidade de atenção especial com o bem-estar e a saúde mental das crianças e jovens. “O assunto é de difícil abordagem, enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, por causa dos preconceitos e falta de informação”, disse.
Edilena explicou que a pessoa com transtornos envia uma série de sinais, por meio do comportamento, mas que nem sempre são percebidos ou então não são levados a sério. “Qualquer um que tenha um agravamento muito severo de um quadro depressivo, a ponto de não querer mais viver (mesmo que não mencione se matar), é um candidato em potencial do suicídio”, complementou.
A psicóloga ressaltou que um transtorno mental é caracterizado por distúrbios psíquicos e que podem ser causados por diversos fatores: genéticos, personalidade, sofrimentos físicos e psicológicos, perdas e frustrações. “Não existe uma receita para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, mas o indivíduo pode dar sinais que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos. Não há uma única razão que explique a angústia e o sofrimento interno de quem decidiu por fim à vida”, enfatizou.
Ela orientou que casos de suicídios são comuns a crianças e jovens. “Devemos ficar atentos aos sinais de depressão entre crianças e jovens como: tendência de solidão, comportamento constantemente mais introspectivo, falta de motivação, agressividade descontrolada e insônia ou sonolência excessiva. Estes são alguns dos indícios. Deve-se conversar abertamente, sem nenhum tipo de preconceito, saber escutar e procurar entender o que se passa na cabeça deles. Com a revolução tecnológica, o mundo está cada vez mais difícil. As redes sociais com número grande de amigos (virtuais), além de competitividade intensa e explícita entre os colegas”, disse.
Edilena alertou que conversar é o melhor remédio. “Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Peça para procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio a algum serviço público. Ofereça-se a acompanhá-lo a um atendimento e não a deixe sozinha”, afirmou.
A psicóloga esclareceu que o suicídio pode ser evitado desde que saibam reconhecer os sinais de alerta. “Estar aberto ao diálogo, observar comportamentos fora do comum e oferecer apoio, são maneiras de ajudar na prevenção”, finalizou.