
Iniciativa de publicitária e psicóloga tem intuito de transformar a cultura corporativa, com micronarrativas de autistas adultos promovendo a empatia.
A inclusão de pessoas autistas adultas no mercado de trabalho é o foco do lançamento do projeto cultural “Narrativas Atípicas” em Votuporanga. A iniciativa, que tem um propósito educativo, tem o objetivo de promover o diálogo e a visibilidade dessas vivências, começando pela temática do acolhimento profissional.
O lançamento do projeto, “Micronarrativas Atípicas: O autismo adulto e o mercado de trabalho”, será no dia 18 de outubro (sábado), às 18h30, no Cinema Cultural, que fica dentro do Centro de Informações Culturais (CIT) “Marão Abdo Alfagali”, no Parque da Cultura.
O evento é direcionado a gestores de RH, lideranças e colaboradores de empresas, buscando ajudar o ambiente corporativo a ser mais acolhedor e conectar pessoas típicas às vivências de autistas adultos.
Desenvolvido pela publicitária Aline Moreira Bençal e com a consultoria da psicóloga Elaine Fogaça, o “Narrativas Atípicas” propõe uma nova abordagem sobre o tema.
Inclusão e acessibilidade
O material possui, de um lado, informações úteis para as organizações sobre práticas de acolhimento e, do outro, micronarrativas baseadas em relatos reais de autistas adultos, que buscam aproximar as pessoas típicas de suas experiências.
Pensando na acessibilidade, o baralho foi produzido com letras grandes, alto contraste e uma fonte criada para pessoas com dislexia.
Com a classificação indicativa a partir de 14 anos, também foi planejado para ser usado com e por adolescentes, como no contexto de programas de Jovem Aprendiz. Desta forma, o material atua na preparação para a inclusão, tanto para os jovens aprenderem sobre o tema quanto para eles próprios serem incluídos.
Aline, também proponente, destacou a importância de ir além da conscientização. “Nosso objetivo é transformar a maneira como as empresas e colegas enxergam o autismo no ambiente de trabalho. Trata-se de criar espaços onde a neurodiversidade seja valorizada e o autista possa crescer profissionalmente. O baralho é um convite para essa conversa, para que as pessoas possam literalmente trocar de lugar e entender a perspectiva atípica”, explicou Aline.
Para a psicóloga Elaine Fogaça, a base do sucesso da inclusão está no entendimento mútuo. “É fundamental desmistificar o autismo na fase adulta e reconhecer as necessidades específicas de acolhimento. A consultoria garantiu que as narrativas e as orientações fossem tratadas com a sensibilidade e rigor necessários. O acolhimento é o primeiro passo para garantir que o profissional autista encontre um ambiente favorável ao seu desenvolvimento e contribua com o seu potencial”, explicou a psicóloga.
O “Narrativas Atípicas” foi desenvolvido com o apoio da Prefeitura de Votuporanga, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, e viabilizado pelo Programa Bolsa Cultura 2025.