Presidente do São Paulo explica como pretende usar dinheiro da venda de Antony 

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Julio Casares São Paulo x Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli

Julio Casares comenta negociação para renovar com Igor Gomes, analisa trabalho de Rogério Ceni e defende política de preços dos ingressos.


O São Paulo tratava a transferência de Antony do Ajax para o Manchester United com cautela. Após inúmeras reviravoltas na negociação, o Tricolor esperava a oficialização para celebrar a chegada de cerca de R$ 96 milhões. E foi o que aconteceu nesta terça (30.ago), com o anúncio pelo clube inglês.

Esse dinheiro será importante para o São Paulo, que vive problemas financeiros nos últimos anos. A ideia inicial é pagar os direitos de imagem atrasados dos jogadores, dando sequência a um acordo feito no início da pandemia, e sanar algumas dívidas. Mas tudo dependerá da forma como os valores entrarão em caixa.

“Não temos ideia de valor, de prazo, de forma de pagamento. É difícil, em cima disso, imaginar como agir. Mas, é claro, a prioridade, chegando qualquer recurso, é a dívida com os atletas. E temos aí o saldo da pandemia e outras questões, e também compromissos de curtíssimo prazo, ainda antigos, que estão em fase mais aguda. Qualquer que seja o valor, e não sabemos exatamente o que vai ser, nem prazo, a prioridade é a dívida com os atletas”, afirmou o presidente do São Paulo, Julio Casares, ao Globo Esporte.

“Claro, depende dos valores e da forma de pagamento. O clube sempre recebe proporcionalmente. Se eles vão pagar em três ou quatro anos, você recebe em três ou quatro anos. Mas estamos atentos para que esse recurso tenha destino de pagamento de dívidas”, acrescentou.

A dívida com o elenco, segundo Casares, está entre R$ 10 e R$ 12 milhões. Além do iminente dinheiro que cairá no caixa devido à venda de Antony, o São Paulo pode lucrar com a venda de jogadores como Igor Gomes. O meia é sempre sondado por clubes europeus, mas vive um impasse em sua renovação, algo que pode complicar o clube em uma futura venda.

Com contrato até março de 2023, Igor Gomes poderá assinar pré-contrato com qualquer equipe a partir de outubro e sair de graça ao fim do vínculo com o Tricolor. A diretoria tenta evitar isso.

“Eu sempre digo que a vontade de renovar com o atleta tem que caber na nossa condição orçamentária, (depende) da vontade do atleta, da instituição. O Igor (Gomes) tem uma proposta de renovação, estamos aguardando, esse momento ainda é muito nebuloso, de janela que fecha em setembro. É um jogador formado em Cotia, temos o maior respeito. Cumpre taticamente todas as determinações da comissão técnica. O São Paulo, dentro da sua limitação, e o torcedor têm que se acostumar com essa dinâmica de responsabilidade”, disse Casares.

Próximo compromisso

O Tricolor volta a campo às 19h, no próximo domingo (4.set), pelo Campeonato Brasileiro, na Arena Pantanal, contra o Cuiabá.