Polícia reconstitui crime de mulher que foi morta após ser arrastada por carro pelo ex-marido em Rio Preto 

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Reconstituição do caso de mulher que foi morta ao ser arrastada por carro pelo ex-marido em Rio Preto — Foto: André Modesto/TV TEM

A reconstituição foi feita para a elaboração de laudos que vão ser incluídos no inquérito policial. A vítima era dona de uma casa de umbanda e teve um relacionamento com o suspeito do crime.


As polícias Civil, Militar e Científica realizaram na manhã desta quinta-feira (26.jun) em São José do Rio Preto/SP a reconstituição do caso de feminicídio que ocorreu no dia 11 de maio, quando uma mulher, que havia sido espancada, morreu após ser arrastada por um carro pelo ex-marido.

Os peritos realizaram todo o registro fotográfico para a elaboração de laudos necessários para a Polícia Civil incluir no inquérito sobre o caso. Segundo a delegada de defesa da mulher, Mariana Alves Machado Nascimento, o inquérito já foi concluído, mas foi necessária a reconstituição, pois haviam algumas dúvidas com relação às versões apresentadas.

A reconstituição, que durou a manhã inteira, contou com a presença do suspeito, Aguinaldo dos Santos Machado, de 51 anos. No entanto, ele permaneceu dentro da viatura da polícia. Pela legislação, é um direito dele não participar, mas, mesmo assim, Aguinaldo precisou explicar à delegada e aos investigadores como tudo teria ocorrido.

Feminicídio

De acordo com o boletim de ocorrência, Alessandra Gonçalves Muniz Machado era dona de uma casa de umbanda e teve um relacionamento com Aguinaldo, mas relatou à polícia que decidiu pela separação.

Conforme o registro, a mulher disse aos policiais que Aguinaldo estava usando cocaína e bebendo com frequência, além de possuir atitudes intolerantes com relação à religião dela. 

Na noite de 9 de maio, o suspeito se encontrou com a mulher, mas passou a xingá-la de “diabo” e “satanás” e a agredi-la com socos e chutes. Depois, ele mandou que a vítima entrasse no carro. Ao tentar entrar, ela prendeu a mão na porta e foi arrastada pelo veículo. 

A mulher foi levada à Santa Casa com ferimentos nas mãos, braços, pernas e no rosto. No hospital, a vítima pediu medidas protetivas de urgência contra o homem. Seu estado de saúde piorou e ela precisou ser encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), quando não resistiu. 

Aguinaldo foi preso no dia 11 de maio e levado para a carceragem da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto. 

O corpo de Alessandra foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para exame necroscópico. A mulher deixou três filhos. A vítima foi enterrada no dia 13 do mesmo mês em Rio Preto. 

A ocorrência foi registrada como violência doméstica, morte suspeita, intolerância religiosa e feminicídio. 

*Com informações do g1