
Ação cumpriu mandados de busca em lojas e academias usadas em esquema de estelionato em Vitória da Conquista/BA; carga de quase R$ 1 milhão foi recuperada.
A Polícia Civil de Votuporanga/SP deflagrou, na manhã desta terça-feira (11.nov), com apoio da Polícia Civil do Estado da Bahia, a Operação Cyberconnect, que desvendou um sofisticado esquema de estelionato envolvendo a compra fraudulenta de suplementos alimentares da marca Strong, produzidos por uma indústria sediada em Votuporanga.
A ação coordenada pelo delegado Dr. Thiago Silva Pereira, titular do Núcleo de Polícia Judiciária dos 1º e 3º DPs, resultou na apreensão de aproximadamente R$ 1 milhão em mercadorias.
A operação teve origem em Votuporanga e contou com apoio de equipes locais, que iniciaram as investigações e acompanharam todo o trabalho até o cumprimento de mandados em outras cidades. Vídeos e fotos da operação exibem o selo da Polícia Civil paulista, com destaque para a atuação das equipes votuporanguenses.
Segundo a investigação, o principal suspeito, D.S.M.D., de 34 anos, teria utilizado empresas de fachada para adquirir grandes quantidades de suplementos da fabricante P.L.I. de S.A. (marca Strong) com documentos e informações aparentemente falsos.
O golpe começou em junho deste ano, quando o investigado procurou pessoalmente a empresa em Votuporanga e realizou um primeiro pedido de R$ 520 mil, efetuando apenas pagamentos parciais de cerca de R$ 173 mil. Já em setembro, mesmo sem quitar o montante restante, ele conseguiu um segundo carregamento de R$ 638 mil — que não foi pago.
A empresa descobriu que as mercadorias estavam sendo revendidas em estabelecimentos comerciais e academias em Vitória da Conquista/BA e Itaquaquecetuba/SP. Na Bahia, clientes que buscavam os produtos diretamente com a indústria eram direcionados ao investigado, que fazia a venda como se fosse representante oficial.
Acordo frustrado
Após o calote, uma advogada que representava o investigado chegou a propor um acordo extrajudicial, aceito pela fabricante. No entanto, nenhum pagamento foi realizado. O acusado, posteriormente, bloqueou representantes da empresa nas redes sociais e chegou a admitir que não honraria o compromisso por “não dispor de recursos”.
Suspeita de associação criminosa
O delegado Dr. Thiago Silva Pereira destaca que a operação identificou indícios de associação criminosa, dado o uso de diferentes empresas, pessoas envolvidas e estratégias para simular legalidade na negociação: “O modus operandi foi reiterado e estruturado, com emprego de pessoas jurídicas distintas e atuação coordenada para obtenção de vantagem ilícita”, afirmou.
A Justiça autorizou mandados de busca e apreensão nas duas cidades envolvidas. O juiz Armando Gossn Costantini, da Vara Regional das Garantias da 8ª RAJ (São José do Rio Preto), destacou em sua decisão que os elementos apontam para ação dolosa com intuito claro de obter vantagem indevida.
Material será devolvido à empresa
As mercadorias apreendidas, avaliadas em R$ 985.694,00, serão devolvidas à indústria votuporanguense. A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar outras pessoas envolvidas e esclarecer a participação de empresas utilizadas no esquema.
Próximos passos
Os envolvidos devem responder por estelionato e associação criminosa. A Polícia Civil orienta empresas e comerciantes a reforçarem verificações em operações de alto valor, especialmente com novos compradores, como forma de prevenção a fraudes desse tipo.




