PF deflagra operação contra quadrilha especializada em fraudes eletrônicas 

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PF apreendeu carros de luxo, relógios e joias — Foto: PF/Divulgação

Duas pessoas foram presas, uma delas em Araçatuba/SP; 18 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.


Polícia Federal realizou, na manhã desta quarta-feira (22.jun), a Operação CyberCafé, contra um grupo criminoso especializado na prática de fraudes eletrônicas.

Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária em Florianópolis/SC e Araçatuba/SP, além de 18 mandados de busca e apreensão nos estados do Espírito Santo (11), Minas Gerais (4), São Paulo (2) e Santa Catarina (1).

Os mandados de busca no ES foram cumpridos em Vila VelhaGuarapariVenda Nova do ImigranteSerraConceição do Castelo e Pinheiros. 

Os nomes dos presos e investigados não foram divulgados. 

Também foram executadas medidas de sequestro de bens no valor aproximado de R$ 6 milhões, que incluem a apreensão de veículos de luxo e o sequestro de depósitos em contas bancárias, criptoativos e imóveis. 

Segundo a PF, o objetivo das ações, além do cumprimento das ordens judiciais, é obter novos elementos de prova para desmantelar o grupo.

Esquema divulgado pela PF mostra como o grupo atuava — Foto: PF/Divulgação

Ainda de acordo com a polícia, as investigações se iniciaram após a Divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) identificar o grupo especializado em fraudes bancárias atuando no Espírito Santo.

A investigação conseguiu identificar a existência do grupo, composto ao menos por três núcleos (hackers/atacantes, intermediadores e beneficiários), que se utilizava de serviços de invasão de contas bancárias, por meio da internet, para desvio de valores ou para quitação de boletos, em especial, de dívidas tributárias junto à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) do ES. 

Segundo a PF, os hackers/atacantes acessavam ilegalmente as contas das vítimas mediante ataque phishing ou acesso remoto, desviando os valores para contas dos beneficiários ou para pagamento de boletos da Sefaz. Já os intermediadores eram responsáveis pelo recrutamento dos beneficiários e deles recebiam os valores frutos das fraudes, repassando parcela dos valores auferidos com o crime aos hackers. 

“A atuação do grupo, utilizando desse artifício criminoso, gerou um enorme prejuízo financeiro a vários bancos e empresas, além frustrar o devido pagamentos de impostos que estes foram indevidamente pagos com valores das contas alvos das fraudes”, divulgou a Polícia Federal. 

Nome da operação 

Os criminosos investigados operam exclusivamente na internet. Por sua vez, os maiores beneficiários das fraudes cometidas são empresas que atuam no comércio de café do ES, daí o nome CyberCafé. 

Os investigados poderão responder pela prática de furto qualificado mediante fraude, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Se forem condenados, a pena pode chegar aos 21 anos de prisão. 

Ligação com investigados por roubo de mensagens de autoridades 

De acordo com a PF, um dos alvos da operação tem ligações com os investigados da Operação Spoofing, realizada em 2019 e que investigou a interceptação de mensagens de autoridades como o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União Brasil).

*Com informações do g1