Um assunto considerado polêmico entre os políticos de Votuporanga/SP vêm causando verdadeira ojeriza em Thiago Rogeri – presidente eleito do Sindicato dos Servidores Municipais – pois na visão do representante as propostas do Executivo são no mínimo contraditórias e prejudicam o plano de carreira dos servidores.
A reportagem do Diário de Votuporanga, Thiago explicou que uma das medidas propostas pela Prefeitura, sugere a suspensão, por um período de tempo, dos repasses patronais ao Votuprev (Instituto de Previdência Municipal), o que vista ao sindicato é terminantemente contrário.
O projeto polêmico, já foi enviado à Câmara de Vereadores em outras duas oportunidades e causou desconforto na casa legislativa, quando durante Sessão, o vereador Osmair Ferrari deixou clara sua irritação com o “vai e volta” do tema e proferiu na tribuna: “Ninguém aqui tem culpa dos gastos que ele (prefeito João Dado) fez extra, agora quer jogar o problema para a Câmara? Eu votei contra, mas todos sabem que de 11% passou para 14% a alíquota contribuição dos servidores, está descontando sangrando deles. Eles têm que pagar o patronal, não pode, não tem dinheiro. Só que não para de fazer obras, inaugurando obelisco. Nada contra as obras, elas são necessárias, mas se não tem dinheiro não faça. Estão esquecendo dos R$ 20 milhões que o próximo prefeito terá que pagar e agora mais R$ 2,7 milhões, é um absurdo”.
Outro ponto em discussão e, que deve ir à votação nesta segunda-feira (14), é o projeto que propõe a alteração na proporção entre servidores concursados e por indicação exclusivamente política, que até o momento é de 50% à 50% mas, que poderá passar para 90% à 10%; tirando em 40% a oportunidade do concursado evoluir em seu plano carreira, trazendo inclusive “prejuízo financeiro ao trabalhador”, salientou Thiago, que aproveitou para questionar a medida, refletindo que quando se promove um servidor concursado, já integrado nos quadros, a Prefeitura apenas precisa complementar financeiramente com os encargos necessários e não pagar integralmente os vencimentos como faria em caso de contratações externas. Logo essa medida em discussão iria, segundo o representante dos servidores, onerar os cofres públicos neste momento onde se faz necessário economizar.
Esse projeto também já tem a antipatia do vereador Emerson Pereira, que recentemente classificou ironicamente as iniciativas do Executivo como “um pacotão de Natal aos servidores públicos municipais”, com a retirada de mais direitos do que, segundo o parlamentar, já foram tirados durante essa gestão: “Esses projetos não têm o apoio desse vereador, sacanagem absurda que estavam tentando fazer contra os servidores públicos municipais, servidores esses que carregam a Prefeitura de Votuporanga e que não foram valorizados, principalmente nessa atual gestão, onde só foram lhes retirados os seus direitos, então esse vereador não seria favorável a uma aberração como essa que o Executivo estava tentando empurrar goela abaixo”.
Assim como Thiago, servidores municipais aguardam ansiosos os trabalhos da Câmara Municipal nesta segunda-feira, que será à sua última Sessão Solene de 2020 e a penúltima sessão ordinária do atual ano legislativo. (Jorge Honório)