‘Não há razão para o Brasil não crescer igual à média mundial’, diz Haddad 

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Fernando Haddad: o ministro da Fazenda voltou a defender que o governo deve cumprir a meta fiscal, mas depende de decisões do Legislativo e do Judiciário - Foto: Andressa Anholete/Getty Images

A declaração foi feita durante participação no Macro Day 2024, evento promovido anualmente pelo BTG Pactual.


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (20.ago) que “não há razão nenhuma” para o PIB (produto Interno Bruto) do Brasil não crescer igual ou acima da média mundial. A declaração foi feita durante participação no Macro Day 2024, evento promovido anualmente pelo BTG Pactual.

Haddad disse não existir solução que não passe pelo crescimento. “Não há razão nenhuma para o Brasil não crescer igual ou acima da média mundial, com todo potencial que a economia brasileira tem”, declarou o ministro sobre o avanço de bens e serviços finais produzidos no Brasil. Segundo ele, o atual ritmo de crescimento do PIB nacional é de 3%.

O ministro defende que o crescimento precisa ter qualidade. Para isso, ele avalia existir a necessidade de olhar para a formação bruta de capital, para os investimentos e para o mercado de trabalho. “Tudo tem que ser pensado de forma orgânica para manter a qualidade desse crescimento”, declarou.

“Tá todo mundo se preparando para decolar. Ninguém está deixando de perceber a oportunidade. Agora, é preciso ter zelo para ir calibrando isso”, ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Ele vê a porta aberta para interromper o baixo avanço do PIB na última década: “Depois de dez anos crescendo 1,5% ao ano, em temos per capita menos do que isso, podemos abrir um ciclo de crescimento sustentável”, defendeu ao mencionar que existe uma “oportunidade excelente” de se iniciar um ciclo de crescimento para os próximos anos.”

Fiscal precisa ajudar, afirma Haddad. Segundo do ministro, o Banco Central “tem que olhar para as curvas de demanda e de oferta” ao definir o andamento da taxa básica de juros e o cabe aos outros poderes o controle das contas públicas para garantir o crescimento econômico. “São braços do mesmo organismo. Não tem duas políticas econômicas”, ponderou.

Ministro classifica a atual taxa de juros como “restritiva”. Ao comentar sobre a condução da política monetária, Haddad defende que a caminhada não afete o crescimento econômico. “Se você aperta demais o monetário no momento em que você pode ter uma turbulência externa momentânea, você pode abortar um processo virtuoso de combate à inflação pelo lado da oferta.”, avaliou.

“Estamos começando a ver formação bruta de capital no país. De repente, você erra na dose e interrompe esse processo da capacidade instalada e vai ter problema da capacidade instalada”, Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

Desoneração

Haddad destaca que Lula “assumiu compromisso” de colocar as contas em ordem ao vetar a desoneração. Ele recorda a derrubada do veto à substituição da CPP (Contribuição Previdenciária Patronal) de 20% sobre a folha salarial por alíquotas entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta de 17 setores da economia foi derrubado pelo Congresso. Coube ao Planalto ir ao Supremo para garantir a compensação.

“Eu não me lembro de precedentes de um presidente que tenha assumido o risco político que o presidente Lula assumiu no final do ano passado para garantir a rigidez das contas públicas”, Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

Votação da transição para o fim da isenção fiscal deve ser votada ainda nesta terça-feira (20). O relatório do senador Jaques Wagner (PT-BA) sobre o tema está previsto para ser analisado pelos parlamentares. A reoneração é prevista para acontecer de forma gradual, entre 2025 e 2027. A partir de 2028, fica definida a cobrança total de 20% da CPP (Contribuição Previdenciária Patronal).

Reforma tributária 

Haddad mencionou a reforma tributária como a mais difícil a ser feita. Ele recorda que o tema é perseguido há mais de 40 anos. “Nós vamos sair do pior sistema tributário do mundo para um dos mais modernos”, declarou. 

Ele garante a aprovação do assunto, que está em tramitação no Congresso Nacional. Otimista, o ministro indica que haverá um impacto positivo que pode alcançar até 20% do PIB nacional com a sanção das novas regras tributárias. 

“Vai acontecer com o sistema tributário o que aconteceu com o sistema bancário”, ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

Após concluir, a Fazenda apresentará para o governo o cenário de mudança do Imposto de Renda. “A Fazenda já fez o seu trabalho interno e o governo fará a avaliação”, contou Haddad. A promessa do presidente Lula é de isentar a cobrança para os contribuintes que ganham até R$ 5.000”. 

*Com informações do UOL

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