DANILO LIEVANA DE CAMARGO
Tai Aragão, uma jovem de Votuporanga, encontrou nas mandalas uma forma de sobreviver
MANDALA
FILOSOFIA • RELIGIĀO – diagrama composto de formas geométricas concêntricas, utilizado no hinduísmo, no budismo, nas práticas psicofísicas da ioga e no tantrismo como objeto ritualístico e ponto focal para meditação [Do ponto de vista religioso, a mandala é considerado uma representação do ser humano e do universo; em sua forma menos elaborada, é denominado iantra.].
POR EXTENSÃO • PSICOLOGIA
Segundo a teoria junguiana, círculo mágico que representa simbolicamente a luta pela unidade total do eu.
Em Votuporanga, a jovem Tai Aragão, resolveu fazer das mandalas seu meio de vida, para isso ela as trabalha em madeira (MDF) e realiza um acabamento minucioso, do ponto de vista artístico. E ela conta porque aderiu a prática.
“As mandalas são arquétipos, símbolos do inconsciente. Mas antes disso me deixa falar, mandala significa círculo e para os povos hindus e budistas elas simbolizam tanto a expansão como a retração. Ou é o centro que se expande ou é o entorno que foca no centro. As mandalas estão presentes em todas as culturas ancestrais, esses povos já usavam os símbolos das mandalas com diversas funções”, ensina.
Tai conta que sempre adorou desenhar, “sabe aquela coisa de você estar no telefone e ao mesmo tempo desenhar mandalas ou pensando na vida, com papel e caneta e fica desenhando. Eu sempre gostei de desenha-las, intuitivamente. E agora, a partir do começo deste ano eu comecei a trabalhar artesanato e uso as mandalas como peça de decoração e comecei a vender e as encomendas não pararam mais”, conta.
Indagada se a mandala relaxa a mente ela esclarece. “A mandala em si não faz nada, faz, mas não necessariamente, por que? Como disse no começo, ela é um arquétipo. Nas civilizações antigas eles chamavam de a geometria sagrada, que é uma geometria básica de quase tudo que se encontra presente no universo; desde os desenhos das moléculas e de seus movimentos num átomo até aos fractais, por exemplo das orbitas dos planetas, do desenho que eles fazem em torno do sol; o desenho das galáxias como elas se movem pelo universo formam os desenhos das mandalas que é geometria sagrada e dentro do espiritualismo também é conhecida como flor da vida. Ela simboliza a harmonia que tudo que é natural no universo, se expande a partir de um determinado ponto e se exponde harmonicamente. Então isso acontece por meio do contato visual que você tem com ela, mesmo que seja contatos visuais rápidos, você a vê por frações de segundos. É um símbolo que traz para o seu inconsciente essa mensagem de que o universo é harmônico e de que a nossa natureza é harmônica. Então ela não relaxa, mas é um arquétipo de cura do inconsciente.
Como forma de terapia existem mandalas em livros em branco e preto para colorir. “Como arte-terapia relaxa sim! O ato de pintar, se concentrar e de desenvolver uma atividade artesanal de focar sua atenção no momento presente”, ensina.
Tai conta que as mandalas são usadas também para meditação, como ponto de observação e foco. “Você fixa o olhar no centro da mandala para concentrar o olhar, a mente, como contemplação de detalhes, que também é altamente terapêutica.”
Ela explica que não se tem uma data ou um período de quando surgiram as mandalas. “Não existe um relato da primeira vez que foi vista uma mandala. Se você olhar o miolo das flores, dos girassóis, neste é muito claro, o desenho da mandala. Então todos os povos e seus ancestrais tem registros desse desenho que é a flor da vida, desta forma geométrica que vai se encaixando, que vai complementando e expandindo.”
A Flor da Vida
“É como os espiritualistas a chamam. Por ela simbolizar a geometria base em quase tudo que esta presente no universo e em quase tudo que o compõe”, diz Tai.
Tai Aragão se deu bem com as mandalas e por meio de encomendas ela produz mandalas.“Eu uso a cromoterapia. Cada cor traz uma ação em nosso corpo e as fabrico conforme o pedido. Tem gente que quer uma para decorar a sala (um quadro), em chapas de MDF nos formatos de 10 ou 15 centímetros ou no tamanho que a pessoa quiser. Inicialmente eu faço uma entrevista com a pessoa para conhecer um pouco dela e o que ela quer. Para cada pessoa existe um padrão de cores diferente, ou existem aqueles que não acreditam em cromoterapia e só quer porque acha bonito e escolhe a sua cor preferida. Se a pessoa escolhe o azul para uma mandala, sugere uma cor de equilíbrio, de tranquilidade, de harmonização, de inteligência também, ligado ao intelecto e a sua estabilidade. Existe também a parte religiosa, de crenças, por exemplo: a cor azul esta ligada a luz do escudo de proteção de São Miguel Arcanjo, o manto de Maria, que são arquétipos de proteção.”
Formada em arquitetura, Tai conta que sempre foi muita ligada ao esoterismo e de praticas holísticas, de espiritualidade. “Sempre li muito, estudei bastante a respeito do tema e ai uma coisa puxa a outra.”
Para conseguir uma mandala da Tai basta procurá-la no seu instagran – tai.aragao@tai.aragao.
Mandala de proteção. “Traz as cores azul do escudo de proteção de São Miguel Arcanjo e do manto de Mãe Maria e o dourado que é a cor da luz dos nossos anjos de guarda”, ensina Tai.
“Esta é uma Mandala de gratidão: o verde é a cor do nosso terceiro chakra, o cardíaco, através do qual emanamos amor incondicional e gratidão”, ensina
“Essa mandala é um presente para uma terapeuta. Traz uma árvore (símbolo da conexão entre céu e terra; equilíbrio e resiliência) e as cores verde (saúde), amarelo (energia), rosa (família e amor incondicional), lilás (espiritualidade), azul (tranquilidade) e brando (luz)”, explica Tai