Lira diz que governo Lula não tem votos para aprovar projetos no Congresso 

405
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) - Foto: Adriano Machado/Reuters

Presidente da Câmara dos Deputados disse que gestão Lula 3 precisa negociar com ‘bom senso’ e ter um ‘rumo definido’.


O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira (6.mar) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não tem uma “base consistente” no Congresso para aprovar projetos. Ao falar para uma plateia de empresários em São Paulo, Lira disse que o governo precisa negociar com “bom senso” e ter um “rumo definido”.

O parlamentar disse que a Câmara dará tempo para o governo se estabilizar internamente e afirmou que a gestão Lula não tem hoje votos suficientes nem na Câmara nem no Senado para aprovar matérias simples ou complexas. 

Em encontro com dirigentes da Associação Comercial de São Paulo, Lira disse que apesar de o governo ser de centro-esquerda, a atual legislatura da Câmara, eleita em 2022, é mais “reformista e liberal” do que a legislatura passada. Segundo o presidente da Câmara, o Centrão “apanha muito” e atualmente é “light”. Ao falar sobre a eleição para o comando da Casa, com a formação de um grande bloco de partidos, “deu a demonstração de que é possível sentar à mesa PL e PT”. 

Lira disse que o Congresso “não refluirá” em relação ao que já foi aprovado e defendeu a votação de reformas como a administrativa e a tributária. 

“Deveremos discutir avanço e não retrocesso em relação à reforma trabalhista”, citou, como exemplo. O parlamentar afirmou ainda que a Câmara está disposta a “votar a tão falada reforma tributária” e disse que a reforma administrativa está pronta para ser votada em plenário.

O parlamentar defendeu ainda a independência do Banco Central e, sem citar diretamente as críticas do presidente Lula à taxa de juros, disse que os embates com o BC não ajudam o país.

O presidente da Câmara voltou a defender o semipresidencialismo, mas disse que é uma ideia para o futuro. “Nossa tese é de semipresidencialismo. Não temos condição de ser parlamentarista hoje. Mas o semi-presidencialismo para 2030, 2034 seria essencial para a gente sair desse emaranhado de presidencialismo de coalizão, muitas vezes confundido com o toma-lá-dá-cá”, disse. 

*Com informações da valorinveste