Justiça aceita denúncia e Felipe Prior é réu por estupro em Votuporanga

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Felipe Prior no 'BBB20' — Foto: Reprodução/Globo

Segundo documento do MP, em fevereiro de 2015, durante viagem de carnaval, Prior forçou relação sexual com vítima dentro de barraca. Ele já foi condenado por outro crime de estupro em 2014.


O ex-BBB Felipe Prior é réu em mais um processo pelo crime de estupro após a Justiça de São Paulo aceitar uma nova denúncia do Ministério Público contra ele. Ele já foi condenado por um estupro cometido em 2014. 

Procurada, a defesa de Felipe Prior ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. 

Na última semana, o MP apresentou suas alegações finais — o último momento processual em que as partes apresentam seus argumentos antes da sentença. A defesa do réu ainda não se manifestou. A denúncia foi oferecida em maio de 2023 e aceita pela Justiça em junho de 2023. 

Segundo as alegações finais apresentadas na última quarta-feira (11.set), durante uma viagem em fevereiro de 2015, na cidade de Votuporanga/SP, Prior forçou relação sexual com a vítima dentro de uma barraca: “No dia dos fatos, o acusado passou a beijar e a passar as mãos pelo corpo da vítima quando estavam na piscina, na presença de outras pessoas, o que deixou a ofendida constrangida, de modo que saíram dali e foram para uma barraca”, narra o Ministério Público. 

O trecho abaixo, que faz parte do relatório do MP, descreve atos de violência sexual: 

“Na barraca onde a vítima dormia, sendo que a vítima estava de biquíni e o acusado de sunga, este foi rapidamente tirando sua roupa e forçou a cabeça da ofendida contra seu pênis para que ela fizesse sexo oral, sendo que o pênis do acusado chegou a tocar na boca da vítima. A vítima imediatamente falou que não queria e empurrou o acusado. Contudo, aproveitando-se de sua força física, de seu peso e de seu tamanho, o acusado deitou a vítima e deitou-se sobre ela, colocando apressadamente uma camisinha no seu pênis. A ofendida disse não, que não iria transar com o acusado, sendo que ele não a ouvia e usou a força do peso do corpo dele, a configurar a violência, mantendo a ofendida imobilizada, para penetrar seu pênis na vagina da vítima, que sentiu dor, diante da total ausência de lubrificação”, diz o relatório da instituição. 

Segundo depoimentos da vítima e de testemunhas, Prior interrompeu a ação quando ouviu que uma amiga da ofendida estava indo em direção à barraca. Nesse momento, ela teria conseguido empurrar o acusado e se livrar da violência. 

Em depoimento, Felipe Prior confirmou que praticou sexo com a vítima, mas negou o emprego de violência e afirmou que a relação sexual foi consentida. 

Argumentos do Ministério Público 

“Não obstante, a materialidade, ou seja, a existência do fato, assim como a autoria, ficou demonstrada pela prova oral coligida, especialmente pelo seguro depoimento da vítima e pelo interrogatório do réu, que não negou ter mantido conjunção carnal com a vítima”, destacou o Ministério Público. 

“O réu tenta fazer crer que a vítima teria inventado os fatos porque ficou enciumada por ele ter ficado [com outra mulher] no mesmo dia e até o final do evento carnavalesco. […] os fatos somente foram revelados pela ofendida anos após o ocorrido, depois que a vítima tomou consciência efetiva de que tinha sido vítima de estupro e que não teve qualquer culpa pelo ocorrido. Se ela quisesse inventar os fatos para prejudicar o réu, por ter se sentido enciumada, ela teria feito isso naquela oportunidade”. 

“Inventar fatos tão graves, por razões tão banais, não parece condizer com a personalidade da vítima. […] Os fatos somente foram revelados pela vítima às autoridades após ela saber que o réu tinha praticado fatos semelhantes com outras mulheres, inclusive, valendo-se do mesmíssimo modus operandi“, escreveu o promotor. 

Caso de 2014 

Na última terça-feira (10), o Tribunal de Justiça de São Paulo aumentou a pena de Felipe Prior em outro caso em que ele foi condenado pelo crime de estupro. Em decisão unânime, os desembargadores decidiram que o ex-BBB deverá cumprir 8 anos de prisão no regime semiaberto. 

  • De acordo com o processo desse caso, Prior teria dado carona à vítima e a uma amiga após uma festa universitária em agosto de 2014;
  • Depois de levar a outra colega em sua residência, Prior seguiu em direção à casa da vítima;
  • Em uma rua próxima à casa da mulher, Prior teria começado a beijá-la, passar a mão em seu corpo e puxado a vítima para o banco traseiro;
  • Prior, então, teria estuprado a vítima, que não conseguiu oferecer resistência pois estava alcoolizada.

*Com informações do g1

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