Jair Bolsonaro tem alta neste domingo após três semanas internado por cirurgia no intestino 

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O ex-presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores ao deixar o hospital DF Star em Brasília - Foto: Wilton Junior/Estadão

Ex-presidente estava em recuperação em Brasília desde 13 de abril; na saída do hospital, criticou Alexandre de Moraes e voltou a defender anistia.


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta médica na manhã deste domingo (4.mai), após três semanas internado no Hospital DF Star, em Brasília/DF, por onde passou por uma cirurgia no intestino. Bolsonaro estava internado desde 13 de abril e vem se recuperando do procedimento desde então. O hospital ainda não publicou boletim médico sobre a alta. 

Na saída do hospital, Bolsonaro fez um breve pronunciamento ao lado da equipe médica. O ex-presidente voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. 

“O senhor Alexandre Moraes acabou de dizer que agora entregou tudo para nós [em referência à decisão que liberou acesso integral às provas]. Ué, nós fizemos a defesa sem tudo. E mostrar o que aconteceu lá atrás e por que ele me vincula a 8 de janeiro, uma vez estando onde? Nos Estados Unidos”, afirmou. 

Bolsonaro ainda questionou o tamanho das penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e reiterou o pedido de anistia. “Não teve uma gota de sangue, não teve uma arma de fogo, nada”, alegou, apesar das provas de violência e vandalismo apontadas pelas investigações. 

O médico responsável pela cirurgia, Cláudio Birolini, também se pronunciou e afirmou que o ex-presidente precisará manter repouso por até quatro semanas: “Felizmente, tudo ocorreu dentro do esperado e, hoje, nós estamos aqui, depois de 22 dias internados, recebendo alta. Ainda em fase de recuperação. Eu espero que o presidente siga as orientações que foram passadas de resguardo pelas próximas três ou quatro semanas”, afirmou o médico. 

Birolini sinalizou que Bolsonaro deve seguir uma dieta específica, mais pastosa, e evitar aglomerações e atividades físicas intensas. “Aí a gente vai deixar um pouquinho a critério dele, talvez receber uma ou outra visita, dentro do que ele acredita necessário, mas ainda de forma bastante reservada”, afirmou. 

O médico também recomendou que Bolsonaro não participe da manifestação pró-anistia marcada para o dia 7 de maio, em Brasília. “Nós passamos as instruções para o presidente, para que ele não participe diretamente do ato, presencialmente. Isso não seria recomendável neste momento.” 

Em conversa com apoiadores na última quinta-feira (1º.mai), o ex-presidente chegou a dizer que poderia à manifestação. 

Bolsonaro e entrou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no dia 13 de abril, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas, envolvendo a retirada de aderências no intestino e a reconstrução da parede abdominal. O procedimento foi motivado por um mal-estar sofrido dois dias antes, durante uma agenda no interior do Rio Grande do Norte. 

Na quarta-feira (30), Bolsonaro saiu da UTI, mas permaneceu com o tratamento no quarto. No total, o ex-presidente passou 18 dias nos cuidados intensivos, e só voltou a se alimentar pela via oral um dia antes, na terça (29). 

O ex-presidente foi internado inicialmente em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, após sentir fortes dores abdominais durante um evento político. Após avaliação médica, foi transferido para Natal e, posteriormente, para Brasília, onde passou pela cirurgia. 

*Com informações do Estadão