Estado de São Paulo bate novo recorde de internados por Covid-19 e de ocupação de leitos de UTI neste sábado

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No total, o estado tem ao menos 18.785 pacientes hospitalizados com a doença, sendo 10.493 pessoas estão em enfermarias e outras 8.292 em UTIs. A taxa média de ocupação das UTIs chegou a 79,5% no estado, superando os recordes de maio de 2020, durante a 1ª onda da doença.


O estado de São Paulo registrou neste sábado (6) um novo recorde de pacientes internados com Covid-19 desde o início da pandemia. Segundo dados da Secretaria da Saúde, são 10.493 pessoas internadas em leitos de enfermaria e outras 8.292 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), totalizando 18.785 pacientes.

Em 2020, durante a primeira onda da pandemia, o recorde de internados foi de 15.289 pacientes em julho. Desde o último sábado (27), São Paulo tem registrado todos os dias um total de internados superior ao recorde do ano passado. 

A taxa média de ocupação de UTIs registrada no estado de São Paulo neste sábado (6) chegou a 79,5%, superando também o recorde de maio de 2020 e desta sexta (5), quando o índice era de 78,5%. 

A capital paulista também atingiu 80,8% de leitos de UTI ocupados neste sábado. Ao menos três hospitais da cidade têm 100% de ocupação e seis unidades estão com mais de 90% de ocupação. 

Por conta desse avanço da pandemia, o governo do estado anunciou que vai abrir um novo hospital de campanha na capital e pediu ajuda aos conselhos regionais de enfermagem e de medicina para convocar voluntários. 

‘Operação de guerra’ 

O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, anunciou nesta sexta (5) uma “operação de guerra” para acolher pacientes com Covid-19 que inclui a convocação de profissionais de saúde voluntários. O governador João Doria (PSDB) anunciou ainda a criação de um hospital de campanha, que deve ser detalhada na próxima segunda-feira (8). 

O secretário pediu ajuda a conselhos regionais de profissionais de saúde para que voluntários possam auxiliar no atendimento da linha de frente e admitiu que pacientes sejam atendidos nos corredores de hospitais, desde que não fiquem desassistidos. 

“Nós vamos continuar abrindo leitos dentro dos hospitais. Abriremos em qualquer lugar desses hospitais: seja nos anfiteatros, seja nos ambulatórios, seja nos corredores. Ah, paciente no corredor? Vai ter paciente no corredor, o que nós não queremos é paciente desassistido”, disse Gorinchteyn. 

“Nós precisamos agora do apoio dos conselhos regionais de classe: do Conselho Regional de Medicina, do Conselho Regional de Fisioterapia, do Conselho Regional de Enfermagem, para que nos ajudem com voluntários. Nós precisamos de ajuda. Porque estamos em guerra”, afirmou. 

O secretário deve se reunir na próxima segunda-feira (8) com representantes dos conselhos de Medicina e de Enfermagem. Em nota, a Secretaria da Saúde disse que “oferece dois projetos de voluntariado criados para apoio aos hospitais no enfrentamento da pandemia” e que “os conselhos podem disseminar os projetos entre os profissionais da sua área”. 

O presidente do Conselho de Regional de Enfermagem (Coren) disse que não será fácil achar mais voluntários porque o número de profissionais já é insuficiente atualmente. 

“Hoje temos uma demanda aumentada de profissionais, tanto de enfermagem quanto de médicos, em virtude do alto índice de afastamento desses profissionais, em decorrência da própria doença. Os profissionais já estão há mais de um ano lidando com essa situação de pandemia. Já existe um desgaste natural, e o mercado carece de um número maior para contratação”, disse James Francisco dos Santos, presidente do Coren. 

Ocupação de UTIs 

O estado de São Paulo registrou neste sábado (6) o maior índice de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 desde o início da pandemia, com taxa de 79,5%. O valor supera o recorde anterior, de 78,5%, que foi registrado na sexta (5) e também em 28 de maio de 2020, durante a primeira onda da doença. 

A taxa de ocupação de UTIs na Grande São Paulo foi de 80,9% neste sábado. Apesar da tendência de alta, o valor é menor do que o pico registrado em maio, quando a ocupação na região metropolitana ficou acima de 90%. 

Em maio de 2020, embora a Grande São Paulo tivesse uma alta ocupação de UTIs, o percentual no restante do estado era menor (de 70% a 75%), o que permitiu que pacientes da região metropolitana fossem transferidos para o interior. 

Mortes e casos em SP 

O estado de São Paulo registrou 353 novas mortes provocadas pela doença neste sábado (6), elevando o total para 61.417 desde o início da pandemia. As novas confirmações em 24 horas não significam, necessariamente, que as mortes aconteceram de um dia para o outro, mas que foram contabilizadas no sistema neste período. 

A média móvel de mortes, que leva em consideração os registros dos últimos sete dias e minimiza as diferenças das notificações, é de 284 óbitos por dia neste sábado. O número é 30% maior que o registrado há 14 dias, o que indica tendência de alta. 

De acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde, também foram registrados 13.763 casos da doença nas últimas 24 horas, totalizando 2.107.687 casos confirmados do coronavírus desde o início da pandemia. A média móvel de casos diários está em 10.060 neste sábado (6). 

*Com informações do g1