Dengue: Votuporanga pede vacina, mas Ministério da Saúde nega 

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Dengue: Votuporanga pede vacina, mas Ministério da Saúde nega – Foto: Reprodução

Município enfrenta situação de emergência pela doença. Órgão do governo federal afirmou em nota que, a vacina, devido à baixa disponibilidade para aquisição, não é a principal estratégia de enfrentamento, e recomendou a prevenção como ação mais eficaz contra a dengue.


Após um 2024 com grande incidência de casos e mortes por dengue, Votuporanga/SP enfrenta nos primeiros dias de 2025 a sombra de um problema que parece distante de uma solução: em 13 dias já são quase 80 casos positivos e 548 sob investigação. No ano passado, município contabilizou 14 óbitos e cerca de 11,5 mil casos da doença, levantando uma questão pertinente: o que pode ser feito para minorar esse problema?

Observando a região noroeste paulista, São José do Rio Preto, por exemplo, além dos cuidados de prevenção, recebe regularmente doses de vacina contra a dengue, assim como quase 2 mil municípios brasileiros. 

Diante do cenário, o Diário questionou a Prefeitura de Votuporanga sobre a disponibilização de doses de vacina contra a dengue. Em nota, a Secretaria da Saúde afirmou que “no momento, o município não possui doses das vacinas, já foi feito o pedido junto ao Ministério da Saúde. No entanto, não foram direcionadas doses da vacina para Votuporanga, segundo o órgão, o município não se enquadra nos critérios para receber as doses do imunizante.” 

A reportagem procurou o Ministério da Saúde para entender quais os critérios utilizados pelo setor governamental responsável pela administração e manutenção da saúde pública no Brasil que impediram Votuporanga de receber doses do imunizante. 

Em resposta ao Diário, o Órgão do governo federal afirmou que “a vacina, devido à baixa disponibilidade para aquisição, não é a principal estratégia do Ministério da Saúde. A prevenção continua sendo a ação mais eficaz contra a dengue. Para isso, o Ministério da Saúde lançou o Plano de Ação para Redução da Dengue e Outras Arboviroses, em parceria com estados, municípios e organizações. A iniciativa prevê a intensificação do controle vetorial do Aedes aegypti com tecnologias como o método Wolbachia, Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) em áreas de difícil acesso e a Técnica do Inseto Estéril por Irradiação (TIE-Irradiado) em aldeias indígenas, além da borrifação residual em imóveis públicos com grande circulação de pessoas.” 

“A vacina contra a dengue é destinada, no Sistema Único de Saúde, para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de 1.921 municípios prioritários, definidos de acordo com o cenário epidemiológico da doença nos últimos 10 anos e com decisão pactuada com estados e municípios na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). A ampliação de municípios será feita mediante a cobertura vacinal nos locais prioritários”, concluiu a nota enviada pelo Ministério da Saúde. 

Prevenção 

O trabalho de combate às arboviroses é uma união de forças entre Poder Público e população. Além da prevenção realizada durante o ano todo pela Prefeitura, é necessário também a conscientização e colaboração da própria comunidade em adotar medidas preventivas e manter os cuidados permanentemente em seus domicílios. 

A Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde orienta a população a deixar os quintais sempre limpos; verificar recipientes como garrafas, pratos de vasos de plantas e sacolas plásticas que podem acumular água; limpar calhas; tampar caixas d’água e utilizar produtos como detergente e sabão em pó diluídos em água nos ralos internos e externos, para evitar a proliferação do vetor. É igualmente importante lavar os bebedouros dos animais frequentemente com água, bucha e sabão.

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