Defesa, recuperação da confiança e Neymar: os desafios de Vojvoda no início de trabalho no Santos 

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Vojvoda, novo técnico do Santos — Foto: Marcos Ribolli

Treinador começa trabalho no Peixe na próxima semana e estreia ocorrerá contra o Fluminense.


O técnico Juan Pablo Vojvoda terá algumas missões principais em seu início de carreira no Santos. Anunciado na sexta-feira, o treinador deve começar a trabalhar a partir desta terça-feira, com foco na estreia contra o Fluminense, no próximo domingo, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Entre os desafios imediatos que o argentino terá pela frente estão a busca por uma solução para os problemas defensivos, a recuperação de atletas e da confiança do elenco, além de definir a função de Neymar em campo.

A situação mais grave é, neste momento, a defesa. Após uma melhora no setor com a chegada de Cleber Xavier, o trabalho do antigo treinador oscilou e, desde a volta do Brasileirão após a pausa da Copa do Mundo de Clube da Fifa, se tornou uma dor de cabeça.

Nos últimos sete jogos, por exemplo, o Peixe só não teve a defesa vazada contra o Flamengo. Nas outras seis partidas foram 15 gols sofridos, com destaque para as goleadas sofridas contra o Mirassol e Vasco, esta última culminou na demissão de Xavier. 

O Santos tem tido problemas na zaga. João Basso e Luan Peres haviam se firmado na equipe, mas o primeiro está afastado por conta de uma lesão no músculo adutor da coxa esquerda. Entre os reservas, tanto Gil quanto Luisão não conseguiram corresponder e enfrentaram dificuldades. 

Após um mês treinando separado do restante do elenco, o zagueiro Zé Ivaldo foi reintegrado e será analisado por Vojvoda. Existe a possibilidade do jogador permanecer no Peixe mesmo após até perder a camisa 2 para o lateral-direito Mayke. 

Elenco pressionado 

Vojvoda também precisará recuperar a confiança do elenco de maneira geral. A goleada sofrida contra o Vasco foi um duro golpe logo na sequência da importante vitória contra o Cruzeiro, fora de casa. 

Referência da equipe, o meia-atacante Neymar, por exemplo, chorou muito após o fim do jogo contra os vascaínos. A postura do camisa 10 foi criticada, inclusive, por membros de torcidas organizadas durante protesto que ocorreu na última terça-feira, no CT Rei Pelé. 

“Você é a estrela deste time. Você é um dos maiores jogadores do planeta. Se você chorar, imagina o resto desses caras. Se você chorar, imagina o resto desses caras, mano. Se você discutir com um torcedor, vai dar margem para qualquer um aqui discutir com torcedor”, afirmou uma das lideranças entre os torcedores. 

Outro exemplo é o atacante Guilherme. Artilheiro do time na temporada, ele tem sido alvo constante de críticas da torcida, está abalado com a pressão e não foi relacionado para o jogo contra o Bahia. 

Para tentar superar essa situação, Vojvoda trouxe o psicólogo Christian Rodrigues, que já trabalhava com o treinador no Fortaleza. Com experiência na área esportiva, o profissional já trabalhou em equipes como o Huracán e Newells Old Boys, ambas da Argentina, e na seleção do México. 

Em relação aos atletas, há a expectativa que nomes que perderam espaço com Cleber Xavier possam ganhar nova oportunidade, casos do lateral-direito JP Chermont e do meia-atacante Thaciano. 

Como escalar Neymar? 

Juan Pablo Vojvoda precisará definir como será a contribuição tática de Neymar. Pedro Caixinha enxergava o craque como um meia armador, e Cleber Xavier testou o camisa 10 tanto como meia como um falso 9. 

O perfil do novo comandante do Peixe é o de variar esquemas táticos, podendo atuar no 4-3-3, como tem sido o do Peixe nesta temporada, e também no 4-2-3-1 ou até o 3-5-2. 

O treinador terá que encontrar uma função para Neymar render melhor dentro da nova ideia proposta pela comissão técnica, além de buscar o encaixe com peças que demonstraram qualidade nesta temporada em algum momento, mas que têm oscilado nas últimas rodadas, como o meia Benjamín Rollheiser e o atacante Álvaro Barreal. 

*Com informações do ge