Crise dos ar-condicionado em escolas da Prefeitura completa 1 ano e segue sem solução 

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Prefeitura de Votuporanga anuncia força-tarefa para resolver crise dos ar-condicionado - Foto: Arquivo/Diário de Votuporanga

Em meio ao sofrimento de alunos e servidores, o prefeito Jorge Seba (PSD) anunciou uma força-tarefa para consertar aproximadamente 490 aparelhos de ar-condicionado distribuídos em 32 escolas municipais, em um contrato de R$ 1,7 milhão; a conclusão dos trabalhos era prevista para maio.


Jorge Honorio
jorgehonoriojornalista@gmail.com

A crise dos ar-condicionado em escolas de educação infantil e ensino fundamental de Votuporanga/SP, acompanhada pelo Diário, completa um ano e segue sem solução. No passado, uma reportagem apresentou o suplício de alunos e servidores sofrendo com as costumeiras temperaturas altas e baixa umidade relativa do ar enfrentadas na região noroeste paulista, diante do colapso do serviço de climatização dos prédios públicos equipados previamente para amenizar o impacto do calor. Além do sucateamento dos aparelhos de ar-condicionado, alguns transformadores de energia elétrica, responsáveis pelo fornecimento às unidades, apresentavam estado crítico.

Diário mostrou também que diante do desespero, professores decidiram levar ventiladores de casa para garantir o mínimo de conforto para si e seus respectivos alunos.

Em fevereiro deste ano, com o caos instalado e manifestações nas redes sociais e na Câmara Municipal, coube ao prefeito Jorge Seba (PSD) anunciar uma força-tarefa que, ao custo aproximado de R$ 1,7 milhão, faria a limpeza, consertos e manutenção preventiva de cerca de 490 aparelhos de ar-condicionado distribuídos em 32 escolas municipais de educação infantil e ensino fundamental. A rede é responsável por atender aproximadamente 8 mil alunos.

Na oportunidade, a Prefeitura explicou que a empresa, contratada desde outubro de 2024, estava operando com cinco equipes espalhadas por diversas unidades escolares. Segundo o diagnóstico inicial, do total dos equipamentos instalados nas escolas, apenas 8% apresentam necessidades de substituição, o restante receberá os serviços de limpeza e manutenção preventiva.

Diário apurou que a previsão para operacionalização total dos equipamentos de ar-condicionado, segundo o cronograma divulgado na Câmara Municipal, era até o final do mês de maio.

Já na segunda quinzena de setembro e com Votuporanga batendo recorde de baixa umidade do ar, o cenário segue sem solução: pais e responsáveis reclamando, alunos passando mal em período de aula, em decorrência do calor, e professores improvisando para conseguir cumprir a jornada de trabalho.

Ao Diário, mães e responsáveis por alunos reclamam da demora no conserto dos aparelhos e devido ao número de apontamentos e diversificação de bairros notasse que o problema está longe de ser sanado.

Por telefone, R.P., mãe de uma aluna da rede municipal desabafou: “Minha filha está no Clary [Centro de Educação Municipal Profª Clary Brandão Bertoncini] e lá tem vários aparelhos quebrados, para você ter uma noção: de dez salas deve ter umas cinco sem ar-condicionado. Ela [filha] não reclama, é criança, mas chega a ficar molinha, cansada. A gente sabe que está calor e precisa pedir por nossos filhos, cobrar uma solução. Não vai resolver nunca isso? É um absurdo.”

A reclamação é semelhante e advinda de várias unidades espalhadas pela cidade. No entanto, o apontamento não vem somente da população, vereadores têm constatado a situação durante visitas às unidades. É o caso de Débora Romani (PL) que aproveitou seu tempo de tribuna durante a 32ª sessão ordinária da Câmara para cobrar solução para o problema em três escolas municipais: Prof.ª Irma Pansani Marin, Prof. Benedito Israel Duarte e o CEMEI Luiza Giacomini, no bairro Monte Verde.

A ‘crise dos ar-condicionado’ nas escolas municipais de Votuporanga, conforme noticiado pelo Diário, não é de agora e chegou a ser tema de uma representação de vereadores junto Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), em setembro do ano passado, porém, não há manifestação de prazo para resolução do problema por parte da Prefeitura ou da Secretaria Municipal da Educação.

A Prefeitura de Votuporanga foi procurada oficialmente para comentar o assunto, mas até o fechamento desta reportagem não havia se manifestado.