Consultório Municipal com falta de medicação e farmácia fechada irrita moradores

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Consultório Municipal com falta de medicação e farmácia fechada irrita moradores – Foto: Reprodução

A falta de ‘Diosmina 450mg + Hesperidina 50mg’ tem deixado moradores desassistidos. Procurada, a Prefeitura de Votuporanga não se manifestou.


Jorge Honorio
jorgehonoriojornalista@gmail.com

A falta de alguns medicamentos nos Consultórios Municipais de Votuporanga/SP e o horário de funcionamento variado das farmácias dos postinhos tem causado irritação em moradores e deixado pacientes desassistidos no município. Ao Diário, nesta quinta-feira (10.abr), a votuporanguense R.V., detalhou o drama para conseguir uma medicação de uso contínuo na farmácia do Consultório Municipal “Carmem Martin Maria Morettin”, no bairro Paineiras.

A reportagem, a munícipe contou que procurou a farmácia da unidade de saúde para conseguir a medicação, mas não conseguiu atendimento e só resolveu o problema no dia seguinte. A experiência também rendeu um desabafo nas redes sociais: “Eu fui lá para buscar o remédio, mas fui informada por uma atendente que a farmácia só abriria mais tarde, porque a funcionária responsável teria ido ‘cobrir’ uma outra pessoa e só voltaria às 17h. Eu preciso do remédio e voltei lá às 17h05, e tinha outra moça na farmácia, mas ela não pode entregar medicação controlada, isso é apenas com a farmacêutica.”

“Mandaram eu falar com a gerente, e aí ela me disse que a moça tinha ido fazer uma biópsia. Falei para ela, vocês precisam combinar melhor a mentira. Porque a moça do guichê havia me dito que ela [farmacêutica] havia ido ‘cobrir’ outra pessoa, e aí a outra vem me falar isso. Eu tomo remédio controlado, não é brincadeira, é a saúde da gente. Um dia antes de acabar o prazo eles não entregam o remédio porque dizem que o sistema não libera, aí no dia certo não tem quem entregue a medicação. Enfim, fui embora sem o remédio”, emendou. 

De acordo com R.S., o problema só foi resolvido no dia seguinte. Perguntada sobre outras ocorrências do tipo, ela explicou à reportagem que o episódio não é inédito: “Isso é comum, infelizmente. Conheço pessoas que vêm a pé lá do São Cosme atrás de remédio aqui no posto e perdem a viagem. Imagina só o sofrimento, atravessar a cidade e não conseguir. Eu ainda tô mais perto.”  

“A coisa está triste, eu preciso tomar um remédio para circulação e não tem. Simplesmente não tem. Quem tiver dinheiro que compre, que deixe de comprar comida e compre remédio”, completou.  

O desabafo de R.S., não é único, o aposentado F.A.M., de 72 anos, contou que também já enfrentou situação semelhante à de R.S., inclusive, até na medicação: “Diosmina 450mg + Hesperidina 50mg”: “A gente evita falar, a gente não quer confusão com ninguém, mas é sofrido. Quando vou lá e não tem, já tiro do pouco que pego do governo e compro. Já fiquei sem, mas passei muito mal. Então, agora eu vou lá e se não tiver eu dou um jeito de tentar comprar. A gente trabalha a vida toda, paga imposto e é isso no final. Depender dos outros não é fácil”, desabafou.  

A Prefeitura de Votuporanga foi procurada pelo Diário para comentar as demandas, incluindo a falta de “Diosmina 450mg + Hesperidina 50mg”, porém, até o fechamento desta reportagem não havia se manifestado.