
Durante a 9ª sessão ordinária da Câmara, um grupo explicou aos vereadores as dificuldades enfrentadas, por exemplo, durante consultas médicas. A Prefeitura foi procurada, mas não se manifestou.
Jorge Honorio
A falta de intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) em unidades de saúde de Votuporanga/SP tem trazido grandes transtornos, especialmente à comunidade surda. Na última segunda-feira (24.mar), durante a 9ª sessão ordinária da Câmara, um grupo de aproximadamente 10 pessoas apresentou a demanda na Casa de Leis e explicou as dificuldades e os prejuízos enfrentados, por exemplo, durante o atendimento médico.
O grupo contou com o auxílio da intérprete de Libras da Câmara para facilitar o diálogo com os vereadores Cabo Renato Abdala (PRD) e o presidente da Casa, Daniel David (MDB), que tomaram conhecimento do problema e se dispuseram a intermediar uma resolução junto a Prefeitura.
Na oportunidade, os presentes explicaram que ao procurarem atendimento nos Consultórios Municipais, não têm a disposição o serviço de Libras, que em tese, deveria ser oferecido por uma empresa contratada, via chamada de vídeo.
Questionados pelos parlamentares, sobre o que acontece quando pedem o serviço, eles contaram que os servidores desconversam, sob alegações diversas, como por exemplo, de que o serviço demora muito para atender ou que a internet está com sinal fraco.
A reclamação sobre a falta de acessibilidade não é inédita na Câmara, nos últimos, por exemplo, vereadores, dentre eles o próprio Cabo Renato Abdala, denunciaram a falta de intérpretes de Libras nos serviços de Saúde e de Educação do município.
Na época, a Prefeitura veio a público anunciar que havia resolvido o problema por meio de contratação, especialmente para atendimento da Educação. Não menos importante, a Administração Pública do município detalhou que duas profissionais estavam à disposição para atendimento tanto em consultas médicas agendadas previamente, quanto nas Unidades Básicas de Saúde, Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e Mini-Hospital “Fortunata Germana Pozzobon”, tudo de forma gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em caso de emergência, o serviço funcionaria 24 horas por dia, pois o equipamento entraria em contato com as profissionais em qualquer horário, através de chamada de vídeo. E todos os equipamentos já estavam devidamente sinalizados com placas informativas sobre a disponibilidade deste serviço.
Diante do episódio relatado na Câmara, na última segunda-feira, o Diário procurou a Prefeitura de Votuporanga, por meio de sua assessoria de comunicação. Porém, até o fechamento desta reportagem, não houve resposta.
Vale ressaltar que, a deficiência auditiva afeta 6,1% da população mundial, com 466 milhões de pessoas, segundo o estimado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa deficiência pode variar em intensidade, e é classificada pela OMS como leve a grave. No Brasil, há 10,7 milhões de deficientes auditivos, sendo 2,3 milhões com deficiência severa.