
Consultor e mentor de marketing e inteligência artificial, Matheus Nascimento Julio analisa como as ferramentas digitais estão transformando empresas em diferentes setores
@caroline_leidiane
O avanço das inteligências artificiais passou de tendência futura para se consolidar como parte da rotina de empresas de todos os portes. Do comércio local até grandes indústrias, as ferramentas já estão no centro de estratégias de marketing, atendimento e produtividade.
Para o consultor, mentor e gestor de marketing e I.As, web designer e programador Matheus Nascimento Julio o segredo está em compreender o alcance da tecnologia e aplicá-la de forma consciente.
“Hoje temos desde modelos de linguagem, como ChatGPT, Gemini e Claude, que ajudam na criação de conteúdo, até IAs especializadas em design, como Canva IA, MidJourney e DALL-E. Plataformas de anúncios automatizados, como Google Ads Performance Max, e soluções de produtividade, como Notion AI e ClickUp AI, também ganham destaque”, explica.
Segundo ele, os ganhos se estendem a diferentes segmentos e setores empresariais.
“O comércio local pode automatizar posts e campanhas para atrair clientes. Prestadores de serviço se beneficiam com agendamentos inteligentes. Indústrias e e-commerces usam análise preditiva de estoque e comportamento do consumidor. Já consultorias e agências aceleram relatórios e planos de ação”, exemplifica.
Se por um lado a adoção das IAs gera benefícios como aumento da produtividade, redução de custos e precisão em análises, por outro traz desafios. A resistência de equipes diante do medo de substituição, a dependência excessiva de ferramentas, o mau uso de dados e a necessidade de atualização constante são alguns pontos críticos.
“A IA deve ser vista como assistente de apoio, não como substituta. Isso libera o profissional para o que só o humano consegue fazer: relacionamento, criatividade estratégica, decisões de liderança e sensibilidade interpessoal”, ressalta.
A dicotomia entre entusiasmo e receio acompanha a popularização da tecnologia.
“Quem elogia destaca a revolução de produtividade e oportunidades. Quem teme enxerga riscos de desemprego em massa ou perda de controle. Mas é importante lembrar: a IA é uma ferramenta. Assim como no passado tivemos medo dos computadores e da internet, hoje precisamos aprender a usar de forma consciente, equilibrando inovação com responsabilidade”, defende o especialista.
No campo prático, há opções acessíveis para empreendedores em início de jornada tecnológica.
“Existem versões gratuitas de quase todas as IAs, que já ajudam muito. Mas para uso empresarial em escala, é necessário investir em planos pagos, que oferecem mais capacidade, recursos avançados e segurança de dados corporativos. O ideal é começar com as gratuitas e, ao validar resultados, migrar para versões profissionais”, aconselha.
Outro fator decisivo está na forma de “conversar” com a tecnologia. Cada IA exige comandos específicos, os chamados “prompts”.
“Nas IAs de texto, clareza, contexto e objetivo são fundamentais. Em imagem e vídeo, descrições detalhadas. Já em dados, é preciso trabalhar com integrações e linguagens técnicas. O segredo é desenvolver prompts estratégicos para cada situação”, ensina ele.
Para quem deseja iniciar, Matheus recomenda um caminho gradual. Primeiro mapear processos repetitivos, testar ferramentas gratuitas, treinar a equipe e, só então, integrar de forma profissional.
“Empresários podem começar com algo simples, como IA para redes sociais e atendimento, e evoluir para análise de dados e automação de vendas”, sugere.
Os ganhos se traduzem em economia de tempo, aumento da produtividade e competitividade.
“Uma tarefa que levaria horas pode ser feita em minutos. Financeiramente, a empresa reduz custos com funções repetitivas. Isso torna o negócio mais competitivo, entregando mais valor em menos tempo”, afirma.
Em um cenário cada vez mais orientado por dados e agilidade, a inteligência artificial se apresenta não como ameaça, mas como aliada estratégica. A questão central, como reforça Matheus Nascimento Julio, não é o “se”, mas o “como” as empresas vão escolher caminhar lado a lado com a tecnologia.