Recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é que o índice de qualidade do ar esteja em, no mínimo, 60%.
Sem chuva há mais de 100 dias, o interior paulista começa a deixar visíveis os efeitos devastadores e levantar preocupação no tocante ao abastecimento de água das cidades, por exemplo. Em Votuporanga, a Represa Municipal “Prefeito Luiz De Haro”, inaugurada em 1970, e até os presentes dias é uma das principais fontes de fornecimento hídrico do município, já apresenta nível recuado de água, exibindo amplas margens secas.
O assunto veio à tona durante a 25ª sessão ordinária da Câmara, desta segunda-feira (22.jul), quando o vereador Jura (PSB), falou sobre a necessidade do uso consciente da água, alertando, inclusive, para o reuso, se possível, visando um enfrentamento do período de seca de forma menos traumática e com menor impacto ambiental.
O alerta é válido, pois Votuporanga possui poços profundos interligados, além da represa, no entanto, não há garantias, segundo as previsões meteorológicas, de chuva no horizonte.
Segundo o Climatempo, a formação de um bloqueio atmosférico elevou as temperaturas nas últimas semanas. O fenômeno impede a formação de grandes nuvens de chuva, além de barrar o avanço das frentes frias, e de chuva, em direção às regiões centrais do Brasil.
Nesta quarta-feira (24), Barretos, no noroeste paulista, registrou a menor umidade relativa do ar, com apenas 13%, conforme medição feita pelo Inmet. Já Votuporanga oscilou teve mínima de 20%.
Seca severa
Segundo os dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao governo federal e que monitora a estiagem pelo país, 1.024 cidades no país estão sob a classificação de seca entre extrema e severa (a mais alta da escala) – incluindo Votuporanga.
O número é quase 23 vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 45 cidades estavam nesses níveis de seca. O monitoramento classifica as cidades em quatro categorias de seca: extrema, severa, moderada e fraca.
Efeitos da baixa umidade do ar
A OMS (Organização Mundial de Saúde) estabelece que índices inferiores a 60% não são adequados para a saúde humana. Além do ressecamento das vias aéreas, a poluição acaba piorando as doenças respiratórias.
Todos podem sofrer os efeitos do tempo seco, especialmente os idosos. Por isso, a indicação é de as pessoas abusarem da hidratação e evitarem ficar expostos diretamente ao sol entre 11h e 16h.
Nova frente fria?
Uma esperança para amenizar o quadro, segundo o Climatempo, é uma virada com chuva e queda na temperatura que deverá ocorrer apenas na próxima semana, a partir da entrada de uma frente fria, esperada para o Sul do país no domingo (28) e que depois deve avançar para o Sudeste.