Cinzas de Carlos Márcio, ex-presidente da Votuporanguense, são jogadas na Arena Plínio Marin 

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Familiares e amigos homenageiam Carlos Márcio, ex-presidente da Votuporanguense – Foto: Diário de Votuporanga

Ato reuniu familiares e amigos que homenagearam Carlos Márcio de Castro Junqueira, falecido em 2020, em Goiânia/GO.


A ensolarada manhã do último sábado (2.jul) foi marcada por uma homenagem ao ex-presidente da Associação Atlética Votuporanguense (AAV), Carlos Márcio de Castro Junqueira, na Arena Plínio Marin, em Votuporanga/SP. Ato reuniu familiares, amigos, autoridades políticas e profissionais de imprensa.

O cartorário, advogado, futebolista e fã de apostas na loteria esportiva, foi o 1º tesoureiro da Votuporanguense, em 1954, assim como seu tio Plínio Marin, que foi o primeiro presidente do clube – e que posteriormente viria a emprestar o nome a principal arena esportiva do município. Dali para frente, Carlos Márcio estaria eternizado dentro da Votuporanguense, inclusive, como diretor de futebol e presidente da Alvinegra.

Com participação efetiva na diretoria da AAV, sob presidência de Marão Abdo Alfagali, em 1967, quando o clube disputou o título no lendário Estádio do Pacaembu, em São Paulo, no histórico jogo contra o XV de Piracicaba.

Carlos Márcio de Castro Junqueira, ex-presidente da Associação Atlética Votuporanguense – Foto: Reprodução

Entre os principais feitos, destaque para sua administração no clube entre 1977 e 1982. Onde a AAV foi campeã da antiga Divisão Intermediária de 1978, que hoje equivale à divisão A2 do Campeonato Paulista.

Essa forte ligação entre Carlos Márcio e a Votuporanguense seguiu por décadas, até pouco antes de sua morte, em 7 de julho de 2020, em Goiânia/GO, onde passou a residir, quando pediu à familiares que suas cinzas fossem depositadas na Arena Plínio Marin.

Fernando Marin, Isabela Junqueira e Marcelo Marin Zeitune durante a solenidade – Foto: Diário de Votuporanga

Durante a solenidade, juntamente com a filha de Carlos Márcio, Marcia Junqueira, e dentre outros, a neta Isabela Junqueira, que ao usar a palavra fez a leitura de um texto em homenagem ao avô:

Dia 07 de julho de 2020, foi um dia de sol em Votuporanga-SP. Cidade em que o Dr. Carlos Márcio de Castro Junqueira adotou de coração, formou uma família, profissionalizou de cartorário à advogado e triunfou como diretor e presidente da Associação Atlética Votuporanguense. Foi a época de ouro da querida AAV. Sempre que podia, viajava por mais de 500 km para ver o seu time em campo.

Viveu como síndico por 17 anos do edifício onde morava em Goiânia até seu último dia de vida. Gostava de samba e não perdia um chorinho no Grande Hotel. Tomava a sua cervejinha dia sim, dia não na rua do Lazer, local de encontro com os amigos de todos os lugares. Não dispensava pastel, torresmo e maionese. De um raciocínio brilhante, acumulou homenagens e méritos por onde advogou. Orientador inato, colecionou discípulos e fez o que pode pela família.

Não era de dizer “eu te amo”, mas todos nos sentimos amados dentro do seu coração. Viveu bem e mal, para além de qualquer julgamento e conclusão. Foi generoso, inclusive, na hora de partir. Nos preparou pouco a pouco durante o tempo em que esteve hospitalizado. Uniu a família e os amigos em oração pela sua vida. Uma vida que ensinou e ensina muito sobre viver e perdoar.

Vá em paz, mestre! Nós te honraremos em memória e sentimento. Seus filhos, netos, bisnetos e amigos se despedem. Dona Antônia e Carlinhos o recebem ao lado de Tia Susana Marim e sua mãe Bisinha, com a graça de Deus, Jesus e Nossa Senhora.”

Dentre os presentes, Fernando Marin, filho de Plínio Marin, que comentou “É um evento muito importante para a família, primeiro por que era um desejo dele em vida, que ele manifestou de que as cinzas dele fossem jogadas aqui; e é uma pessoa que nós estimamos muito. É meu primo e meu padrinho, e o mais importante, foi meu amigo a vida inteira. Uma pessoa de um coração maior que o mundo, estava sempre pronto para ajudar quem quer que fosse”, e em seguida, emendou: “Ele amava Votuporanga, a Votuporanguense, e amava o futebol. Então ele participou desde os primórdios junto com meu pai, desde quando meu pai se engajou no futebol que ele [Carlos Márcio] sempre participando de tudo. Então é uma figura assim, esportiva, que merece essa consideração”. 

Outras falas chamaram atenção no ato, dentre eles, de Egmar Marão, integrante do grupo Memorialistas de Votuporanga, mentores do projeto que criou um memorial em homenagem a AAV. Iniciativa de indicação do vereador Osmair Ferrari (PSDB), deve ser montado na Arena Plínio Marin e levará o nome do maior ídolo da história da Votuporanguense, Francisco Santana – Fifi.

Marão pontuou sobre a importância de Carlos Márcio para o futebol no município: “É uma pessoa de extrema importância para cidade, com amor e carinho que ele batalhava por tudo que era de Votuporanga. No nosso memorial, com certeza, vamos colocar num local de destaque, todos os ex-diretores, presidentes e tal, mas Carlos Márcio vai estar inserido nesse contexto.”

Familiares e amigos homenageiam Carlos Márcio, ex-presidente da Votuporanguense, na Arena Plínio Marin – Foto: Diário de Votuporanga

Marcelo Marin Zeitune – primo de Carlos Márcio e neto de Plínio Marin, usou a palavra para contar umas das passagens envolvendo o homenageado: “É muito especial. O Carlos Márcio era mais que um primo, era um baita amigo. A maioria das histórias com ele são impublicáveis, mas vou contar só uma aqui. Mas, primeiro eu gostaria de agradecer ao poder Executivo, a secretaria de Esportes e o prefeito Jorge Seba, que enviou aqui o Neto [José Ferrari Neto], já que a arena é municipal. Agradecer ao Dimas que é diretor da Votuporanguense, a luta que o Carlos Márcio teve lá no passado, hoje, é outra turma que comanda a Votuporanguense e tá aí, levando as cores da Alvinegra aos nossos corações. Ao grupo Memorialistas, ao qual com muito orgulho faço parte, as contribuições tanto na história, quanto de participação para que seja perpetuada a história da nossa querida e saudosa Alvinegra, principalmente o time de 1978, que eu mais gostei, eu era criança e lembro o lugar que estava no campo no dia do título. Nós ganhamos lá em Mococa, de 1 a 0 do Radium, com gol de falta; e aqui em Votuporanga, no Plínio Marin empatamos em 1 a 1 com gol do Toninho Cajú, mais ou menos uns 30 e poucos do segundo tempo. Lá no ‘pela’ [denominada arquibancada dos fundos, descoberta no antigo estádio Plínio Marin], o alambrado caiu, por que a torcida ficou muito feliz perto do gol. Vamos supor que era uns 35 do segundo tempo e aí, até organizar, a polícia foi lá, para ficar do lado, organizando a segurança ali, enquanto isso, já transcorreram mais uns 8 minutos e foi lá para os 43, o juiz deu mais 2 minutos e acabou o jogo. Na primeira vez na história fomos beneficiados na arbitragem. Campeões na época da Intermediária que hoje seria a atual Série A2, e Carlos Márcio era o nosso presidente. Fui com ele ao campo e me lembro muito dos detalhes, então é muito forte para nós. Quero fazer também um agradecimento especial ao poder Legislativo, ao Osmair Ferrari. Osmair é o autor do projeto que denominou a Arena Plínio Marin, nosso avô. Então, é o nosso agradecimento especial. Nas mudanças, às vezes, querem fazer outras mudanças, mas o Osmair respeitou a história da cidade”, finalizou.

Familiares e amigos se reúnem para homenagear Carlos Márcio, na Arena Plínio Marin – Foto: Diário de Votuporanga

Osmair, inclusive, esteve representando a Câmara Municipal na solenidade e expressou sua homenagem aos familiares e amigos, assim como José Ferrari Neto que representou à Prefeitura Municipal. Já o CAV (Clube Atlético Votuporanguense) foi representado por um de seus diretores Dimas Geraldo da Silva – Dimas da Converd.