Casares defende direito à reeleição no São Paulo e indica provável candidatura: “Não é golpe” 

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Julio Casares, presidente do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Atual presidente já foi contra a um segundo mandato consecutivo no passado, mas agora é favorável à mudança no estatuto: “Acho que o trabalho me ratifica como um nome para disputar”.


No dia 5 de setembro, os conselheiros do São Paulo vão debater e votar o projeto de reforma estatutária que permitirá a reeleição do presidente do clube. Caso o documento seja aprovado, ele seguirá para a votação dos sócios, que decidirão se retornará ou não o sistema em que será possível disputar um segundo mandato – atualmente é único de três anos.

Atual presidente do São Paulo, Julio Casares poderá ser candidato caso a reforma estatutária seja aprovada. Em entrevista ao Globo Esporte, no início da semana, ele indicou que provavelmente estará na disputa no ano que vem para tentar a reeleição, se ela for permitida. 

“Acho que é um processo natural. Tenho feito o meu trabalho, não paro. Saí de Belo Horizonte, troquei a mala, fui para a Europa e voltei para o jogo do Flamengo. Acho que o trabalho, resultado, as metas atingidas me ratificam como um nome para disputar o próximo pleito. Como tenho ainda um ano e três meses de mandato estou focando no trabalho. E sou uma pessoa obstinada, acordo muito cedo, trabalho muito, durmo muito tarde”, afirmou Casares. 

“Cobro meta o dia todo. As metas realizadas são os meus gols no dia a dia, tanto no futebol, como na base, no marketing, nas finanças, na governança, área social, todas as áreas. Quero realizar, estou realizando e acho que esse trabalho é muito palpável a ser demonstrado com resultado e estará à disposição do sócio”, acrescentou. 

A posição atual de Casares é contrária ao que ele havia defendido quando o São Paulo derrubou a reeleição, em 2016. Naquela ocasião, o ex-presidente Leco foi um dos articuladores da mudança, e Casares, na figura de conselheiro, votou contra. 

“Tudo na vida é dinâmico. Naquele momento, o quadro era outro, e quando você assume com tantas demandas… A mudança da tecnologia, redes sociais, das demandas financeiras, do mundo do futebol que muda bastante e, principalmente, das demandas importantes. Depois que olha de perto é claro que você muda no sentido de entender que tem um mandato mais longo ou o direito de uma reeleição, que acho mais democrático”, comentou. 

“O direito de reeleição é você vai ser avaliado. Acho que a reeleição, nesse sentido, precisa estabelecer um período mais longo para que você consiga criar pontes de reconstrução, que é o que o São Paulo está fazendo”, disse. 

A possibilidade de reeleição já fez parte de um pacote de medidas de reforma do estatuto do clube que foi rejeitado pelos sócios em janeiro. 

A avaliação dos conselheiros que defendem a nova movimentação é de que havia aceitação pela reeleição, mas que ela foi prejudicada por outras propostas menos populares, como a que ampliava o mandato dos conselheiros de três para seis anos – como a votação foi em pacote, todas as propostas foram rejeitadas. 

Por parte de alguns torcedores também houve grande reprovação por considerar que a atual diretoria estava tentando um “golpe” a fim de se beneficiar. As acusações são reprovadas pelo presidente Julio Casares. 

“Como pode ser um golpe se você passa por um crivo de processo de consulta, de um trâmite, de voto? E como pode ser um golpe se a reeleição permite o candidato de se candidatar, mas a decisão é democrática no enfrentamento de adversário, com liberdade de escolha? Isso não é golpe, pelo contrário. O que pode vislumbrar a minha recondução ou a do Olten (Ayres, presidente do Conselho) é o trabalho que foi realizado e o julgamento na urna, e isso será feito de forma democrática. A reeleição é o direito de ser avaliado por aqueles que acompanham o São Paulo de perto ou de fora”, analisou. 

Casares e Olten Ayres têm mandatos até o final de 2023 – a eleição deve ser convocada para o segundo semestre do ano que vem.

*Com informações do ge