Projeto de autoria do vereador Emerson Pereira (PSD) foi aprovado por unanimidade, depois, Cabo Renato Abdala (PRD) pediu que fosse registrada sua ausência na votação. Iniciativa pode ser vetada pelo prefeito Jorge Seba (PSD).
A 18ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga/SP, desta segunda-feira (20.mai), foi marcada por votações e homenagens, como exemplo, uma iniciativa de autoria do vereador Emerson Pereira (PSD) para denominar uma área verde no bairro Loteamento Jardim Vivendas II em nome de Wilbert Patrick Amadeu, de 27 anos, falecido na noite de 24 de dezembro de 2021, no bairro São João, na zona sul.
No entanto, o que parecia ser só mais uma homenagem votada pelos vereadores, se tornou o começo de um constrangimento para à Casa de Leis, pois, quando o vereador Cabo Renato Abdala (PRD) – que estava ausente do plenário no momento da votação, retornou – descobriu que o homenageado havia sido vítima de homicídio durante uma ‘saidinha’, na véspera de Natal daquele ano, na zona sul. E, em decorrência dos antecedentes criminais, se manifestou em contrário, tentando ratificar o voto e registrando sua ausência da votação.
O assunto rapidamente se tornou um rastilho de pólvora e gerou manifestação também de outros parlamentares, como por exemplo, Chandelly Protetor (Republicanos), que disparou: “Se eu soubesse, teria votado contra.”
O autor do projeto, Emerson Pereira, ponderou: “A aprovação desse projeto é uma homenagem à família que não tem nenhuma responsabilidade sobre isso, e que sofre com a perda. Que essa área verde que vai ser construída possa servir de consolo e amenizar a dor.”
Cabo Renato Abdala foi mais longe e afirmou na tribuna que nos últimos tempos essa não é a primeira vez que vereadores apresentam na Câmara, projetos para homenagear pessoas com antecedentes ou histórico criminal. “Eu fico estarrecido. Venho aqui nessa tribuna pedir que tenhamos mais cautela e cuidado. Nós já tivemos um problema aqui, que agravou, familiar veio fazer pressão aqui. Isso aqui é uma Casa de Leis, a gente tem que ter responsabilidade, ética. A gente não pode cometer um erro desses. Não sei qual é o remédio legislativo, mas alguma coisa nós temos que fazer. Ou, não serve para mais nada isso daqui. Até proponho que a partir de agora, para todos os projetos de denominação, antes, dá uma ligadinha ali na Polícia Militar, não custa nada, tenho certeza de que eles vão nos atender de pronto, ou a Polícia Civil, já que nós aqui na Câmara não temos acesso a ferramenta de dados; aliás a Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Segurança tem acesso, então pode-se pedir a eles que pesquisem. Isso não pode ocorrer mais”, concluiu.
O projeto aprovado pela Câmara vai à sanção do prefeito Jorge Seba (PSD) que tem 15 dias publicá-lo, ou aplicar o veto, caso entenda-o como contrário ao interesse público, já que na Casa de Leis foi compreendido como constitucional.