Cabo Renato Abdala pede veto à área verde com nome de preso assassinado em ‘saidinha’ 

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Cabo Renato Abdala pede veto à área verde com nome de preso assassinado em ‘saidinha’ - Foto: Reprodução

Parlamentar retomou o assunto que gerou climão após a aprovação na Câmara, e pediu ao prefeito Jorge Seba (PSD) que vete projeto do vereador Emerson Pereira (PSD).


Durante a 19ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga/SP, desta segunda-feira (27.mai), o vereador Cabo Renato Abdala (PRD) retomou um assunto que gerou climão na 18ª sessão, a aprovação de um projeto de lei de denominação de área verde que homenageia um jovem de 27 anos, morto em 2021 ao ser alvejado por tiros no bairro São João, enquanto era detento beneficiado por “saidinha temporária” de Natal do Sistema Prisional. A iniciativa de autoria do vereador Emerson Pereira (PSD) recebeu apoio dos parlamentares, no entanto, em seguida, o assunto veio à tona e gerou constrangimento e posicionamento de alguns integrantes do legislativo votuporanguense.

Nesta segunda-feira, o vereador Cabo Renato Abdala apresentou, por meio do Ofício 846/2024, a solicitação ao prefeito Jorge Seba (PSD) para que vete o texto. No documento, o parlamentar explica que foi apenas após a aprovação do projeto que os vereadores tiveram acesso ao histórico de antecedentes criminais do homenageado, com informações de que estava cumprindo pena por tráfico de drogas quando foi morto na saída de Natal.

“Tais condutas praticadas por ele ferem diversos aspectos que essa Casa de Leis defende, principalmente oferecer denominações de próprios públicos para pessoas que contribuíram com a nossa cidade, de forma positiva”, argumenta o vereador no ofício.

Em questão de ordem ainda na 18ª sessão ordinária, Renato afirmou que estava ausente do plenário durante a votação do Projeto de Lei nº 89/2024 e pediu a retificação de seu voto em ata, declarando-se contrário. A aprovação, entretanto, foi mantida.

Cabo Renato Abdala afirmou também que a Câmara precisa ter maior cautela ao verificar os antecedentes criminais dos homenageados pelo Poder Legislativo: “Nós, vereadores, não temos uma ferramenta para pesquisa de antecedentes criminais. No momento em que tomei ciência, enquanto representante do povo e policial militar, fiquei estarrecido com essa situação. Peço mais cautela e cuidado. Estamos em uma Casa de Leis, temos que ter uma ética. A gente não pode cometer um erro desses”, concluiu.