Ex-presidente apagou postagem, com fala conspiratória que questiona vitória de Lula, horas depois.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou em seu perfil no Facebook, na noite desta terça-feira (10.jan), um vídeo com alegações falsas sobre o processo eleitoral e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela Presidência da República. A publicação foi apagada horas depois.
Nas redes sociais, a postagem tem sido entendida como um aceno aos golpistas que atacaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal, no domingo (8), em Brasília/DF. A teoria conspiratória presente no vídeo é uma das narrativas mais comuns entre os bolsonaristas que questionam o resultado das eleições e atacam o Estado Democrático de Direito.
O Facebook adicionou um aviso ao post, afirmando que “o voto eletrônico é seguro e auditável”. A rede social também disponibilizou um link de acesso ao site da Justiça Eleitoral, para mais informações.
No vídeo compartilhado por Bolsonaro, o procurador Felipe Gimenez – reconhecido apoiador do ex-presidente – afirma que “Lula não foi eleito pelo povo brasileiro, Lula foi escolhido pelo serviço eleitoral, pelos ministros do STF e pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral”.
Ao contrário do que diz Gimenez, Lula foi eleito com mais de 60 milhões de votos, no 2º turno das eleições (60.345.999 votos). O número correspondeu a 50,90% dos votos válidos, ou seja, a maioria da população brasileira.
O procurador do Mato Grosso do Sul também questiona a confiabilidade da urna eletrônica, afirmando que não há possibilidade de ver a apuração dos votos e defendendo o voto impresso.
As alegações de Gimenez sobre as urnas eletrônicas também são falsas. O sistema eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas são confiáveis. As urnas são auditadas e fiscalizadas antes, durante e após as eleições, inclusive com um Teste Público de Segurança. Nesse teste, a Justiça Eleitoral disponibiliza as urnas e os sistemas utilizados na votação para investigadores, que propõem e executam planos de ataques para encontrar possíveis vulnerabilidades e verificar a efetividade do sistema.
Qualquer cidadão brasileiro, maior de 18 anos, pode apresentar um plano de ataque ao sistema eletrônico de votação. Uma comissão avaliadora, composta por representantes de diversas entidades públicas, avalia e homologa os resultados. Em 2022, 29 planos de ataques foram realizados durante o Teste Público de Segurança. O relatório final concluiu que os resultados apresentados desde a primeira edição do TPS demonstram a maturidade dos sistemas eleitorais.
Desde o lançamento da urna eletrônica, em 1996, nunca houve um registro sequer de fraude no sistema de votação.
A alegação de que não é possível acompanhar a apuração dos votos também não é verdadeira, já que ao final da votação, um boletim de urna — contendo o total de votos recebidos por cada candidato, o número de votos nulos e em branco, eleitores aptos e a quantidade que compareceu em cada seção eleitoral — é impresso. No site do TSE, também é possível encontrar os boletins de urna, fazendo uma pesquisa por estado, município, zona e seção eleitoral.
*Com informações do sbtnews