Governo avalia substituir comando da pasta; Pazuello diz que continua no cargo.
Em meio a discussões no governo sobre a possível substituição do ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro encontrou a cardiologista Ludhmila Hajjar neste domingo (14), mas ainda não há confirmação sobre a troca no comando da pasta.
Bolsonaro teria discutido o assunto na noite de sábado (13) com ministros da ala militar: Braga Neto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Fernando Azevedo (Defesa) e o próprio Pazuello.
Há uma avaliação de que a mudança na estratégia do governo em relação à pandemia, de virar o foco para a vacinação, deve ser coroada com uma troca no Ministério. Segundo interlocutores do presidente, isso deve ocorrer nos próximos dias.
Nesta tarde, Bolsonaro e Pazuello se reuniram com uma das cotadas para assumir a vaga, a cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar. O encontro foi confirmado pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social).
Ela tem apoio de círculos importantes no Congresso, o que pode ser decisivo para a indicação. Durante a pandemia, a médica atendeu nomes como Luiz Fux, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara.
Lira, inclusive, foi à defesa do nome de Hajjar nas redes sociais. “Coloquei os atributos necessários para o bom desempenho à frente da pandemia: capacidade técnica e de diálogo político com os inúmeros entes federativos e instâncias técnicas. São exatamente as qualidades que enxergo na doutora Ludhmila”, escreveu ele no Twitter.
“Espero e torço para que, caso nomeada ministra da Saúde, consiga desempenhar bem as novas funções. Pelo bem do país e do povo brasileiro, nesta hora de enorme apreensão e gravidade. Como ministra, se confirmada, estarei à inteira disposição”, continuou.
A reação de Pazuello
Apesar de participar das discussões, o ministro não confirmou oficialmente a saída.
Em nota, o Ministério da Saúde disse que “até o presente momento o ministro Eduardo Pazuello segue à frente da pasta”.
Por meio da assessoria do órgão, o general ressaltou que continua no cargo. “Eu não estou doente, continuo como ministro da Saúde até que o presidente da República peça o cargo. A minha missão é salvar vidas”, declarou.
Pazuello comunicou à equipe dele que fará um anúncio nesta segunda-feira (15) para oficializar a compra de vacinas da Pfizer e da Janssen. A decisão pode render ao país mais 140 milhões de novas doses de imunizantes contra Covid-19.
(*Com informações de Basília Rodrigues, Caio Junqueira e Thaís Arbex, da CNN em São Paulo e em Brasília)