Banho quente faz mal para a pele? Veja quais cuidados tomar no inverno

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Longos banhos quentes podem aumentar a produção de sebo na pele - Foto: Kryssia Campos/Getty Images

Dermatologista indica banhos com água em temperatura próxima à do corpo humano.


A chegada do inverno ao Brasil, às 17h50 desta quinta-feira (19.jun), abriu de vez a temporada de banhos quentes. O artifício usado, sobretudo, para driblar as baixas temperaturas também traz consigo um lado ruim, já que a água quente é prejudicial para a saúde da pele, do couro cabeludo e do próprio cabelo.

Em entrevista, a dermatologista Márcia Linhares, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB), explicou os efeitos ruins do hábito de tomar banhos muito quentes no inverno.

Conforme apontou a médica, a água quente aumenta a secreção da glândula sebácea, deixando o couro cabeludo mais oleoso e facilitando a proliferação de fungos que causam caspa. No cabelo, o efeito é o inverso, já que os fios ficam muito ressecados, sem brilho e quebradiços.

Linhares relata ainda que, no corpo, o banho quente quebra a barreira que protege a pele e pode desencadear dermatites, doenças que costumam se agravar com a baixa umidade típica do inverno.

“[A quebra da barreira protetora] promove o ressecamento, o prurido (coceira) após o banho e até o surgimento de placas vermelhas, chamadas de dermatite. A pele fica grossa, áspera, e pode aumentar a incidência de urticárias à água quente em pessoas predispostas”, explica a dermatologista.

Como minimizar os efeitos ruins do banho quente?

A dermatologista aconselha que os banhos sejam tomados com a água em temperatura mais morna, por volta dos 37°C, próxima da temperatura do corpo humano. A dica, segunda ela, é testar a água no pulso. Se ela estiver muito quente, o correto é ajustar a temperatura para que, ao toque, a água pareça agradável.

Linhares recomenda, ainda, que as pessoas tomem apenas um banho com água morna por dia, com duração de 5 a 10 minutos. Também é importante regular a pressão da água que sai do chuveiro, já que a intensidade em excesso pode intensificar a destruição da camada protetora da pele e provocar urticária de pressão.

Outra dica é optar por sabonetes syndets, que são feitos com detergentes sintéticos em vez do sabão utilizado nos produtos convencionais. “Esses produtos têm maior potencial hidratante para refazer a barreira cutânea.”

A dermatologista não indica o uso de buchas no corpo e pede que sejam esfoliadas as áreas mais grossas da pele, como cotovelos e joelhos, apenas uma vez por semana.

Veja quatro dicas de cuidados pós-banho para o inverno

A dermatologista listou ainda quatro dicas para cuidar melhor da pele após o banho durante o inverno. Veja abaixo:

  • Enxugue o corpo com toalhas felpudas, que absorvem mais água e devem ser trocadas a cada 2 dias
  • Use hidratantes encorpados, com ativos como ureia, dimeticones, germe de trigo, macadâmia, óleo de avelã, óleo de uva, manteigas, alantoína, pantenol e ceramidas
  • Dê atenção ao rosto. Peles secas e normais pedem cuidados para evitar o ressecamento, como limpeza suaves e uso de cremes nutritivos; para peles oleosas, o recomendado é aplicar uma loção adstringente e usar hidratantes suaves;
  • Não dispense um bom filtro solar. Raios UV seguem queimando e danificando a pele mesmo se as temperaturas estiverem baixas

*Com informações da CNN Brasil