Frederico d’Avila tem sua base eleitoral nas regiões sul e sudoeste do Estado.
O deputado estadual Frederico d’Avila (PL), que ficou conhecido por xingar o papa Francisco, o arcebispo de Aparecida e bispos da Igreja Católica, está em busca de votos na região noroeste paulista. Aliado do candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), d’Avila coleciona polêmicas no mandato.
Nas redes sociais, Tarcísio pede o voto dos paulistas para o parlamentar e participa de encontros ao seu lado, sem se importar com a ofensa feita. D’Avila também colocou a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina para mandar um recado aos produtores rurais de Jales, Votuporanga, Fernandópolis e Santa Fé do Sul, mas nenhuma proposta foi apresentada.
D’Avila não é da região noroeste paulista e tem as regiões sul e sudoeste do Estado como base eleitoral. Na eleição de 2018, o parlamentar somou 24.470 votos, e só se elegeu deputado graças à expressiva votação da deputada Janaína Paschoal, que dessa vez concorre a uma vaga no Senado. Seu irmão, Luiz Felipe d’Avila, é candidato à Presidência da República pelo partido Novo.
Xingamentos
O deputado Frederico d’Avila xingou o papa e os representantes da Igreja de “vagabundos”, “safados” e “pedófilos”. Os ataques foram proferidos da tribuna da ALESP (Assembleia Legislativa de São Paulo), por discordar de declarações dadas anteriormente pelo arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, sobre amor ao próximo e a proliferação de armas na sociedade brasileira.
“Seu vagabundo, safado, que se submete a esse papa vagabundo também. A última coisa que vocês tomam conta é do espírito e do bem-estar e do conforto da alma das pessoas. Você acha que é quem para ficar usando a batina e o altar para ficar fazendo proselitismo político? Seus pedófilos, safados. A CNBB é um câncer que precisa ser extirpado do Brasil”, disse d’Avila, no discurso.
O Conselho de Ética da Alesp propôs a perda temporária do mandato do parlamentar por três meses. O processo foi colocado para votação em Plenário diversas vezes, porém não houve votos suficientes para aprovar ou rejeitar, em razão de uma manobra de aliados de D’Avila.
Tarcísio
Tarcísio de Freitas, que tem sido criticado pelos adversários por ter nascido no Rio de Janeiro e ter feito carreira em Brasília, também tem enfrentado polêmica em seu palanque em São Paulo. Além de D’Avila, o ex-ministro tem o apoio do ex-deputado federal preso na Lava-Jato, Eduardo Cunha, do senador pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, investigado em suposto esquema das rachadinhas; e do ex-ministro do governo Dilma Rousseff, do PT, Gilberto Kassab.