Técnico diz que “há forte probabilidade de continuar”, mas avisa que consultará a família sobre o futuro: “Vou decidir com o coração e com a cabeça”
O técnico Abel Ferreira adotou um discurso mais otimista sobre a permanência no Palmeiras para 2024. Nesta quinta-feira, o tom foi positivo. “Acho que sim (que fica)”, disse, de maneira breve, em entrevista no Prêmio Bola de Prata.
Posteriormente, no palco para receber o prêmio de melhor treinador do Brasileirão, o tom utilizado foi mais ponderado. Abel vai ouvir a família antes de decidir sobre o futuro: “Fiz escolhas no “eu” nos últimos anos, no que é melhor para a minha carreira, nunca foi no que é melhor… (choro)…Nunca foi o que é melhor para a minha família”, declarou Abel.
“A única coisa que posso dizer é que vou decidir com o coração e com a cabeça. O futebol tem um impacto muito negativo na nossa formação enquanto homens e mulheres. Somos muito egoístas e egocentristas, por isso é tão difícil gerir egos no futebol. Tem a ver com formação, aos 13, 14 anos lutamos com um colega, é sempre individual, no profissional também”, acrescentou.
Em entrevista coletiva, Abel misturou os dois tons citados anteriormente para falar da permanência. Ao mesmo tempo em que confia no “fico”, mostra-se cansado e disposto a refletir com a família sobre a continuidade no Verdão: “Primeiro de tudo preciso descansar, não posso tomar boas decisões no meio do furacão. Tenho que sair da ilha para perceber. Sou um treinador muito emocional, tomei decisões muito egoístas que tiveram impacto na minha família. Há uma forte probabilidade de continuar, há um contrato, gosto de cumprir”, discursou.
“São três anos intensos, prazerosos, algumas derrotas, muitas alegrias, mas o mais importante é… Palmeirenses, desfrutem os títulos, não se preocupem com isso. Um dia o treinador vai embora, e o Palmeiras vai continuar sendo grande, sendo saindo agora ou daqui a três anos. Preciso descansar, ver a família, estar com meus pais, ligar a lareira, e não fazer nada”, afirmou.
Em entrevista coletiva no Mineirão, depois do empate por 1 a 1 com o Cruzeiro, que assegurou o bicampeonato da Série A, Abel se esquivou de assegurar a permanência: “Vocês sabem que tenho contrato, no futebol não posso garantir nada. Quando cheguei aqui não podia prometer títulos, só uma equipe de qualidade. Eu tenho contrato e qualquer coisa que aconteça, não sei o que vai acontecer. Estou cansado, preciso de férias. Dia 17 já voltamos a competir. É muito difícil para mim”, declarou.
Na quarta-feira, Abel conquistou o nono título em três anos de trabalho no Palmeiras. Além de dois brasileiros, o português levantou dois troféus de Libertadores, dois Paulistas, uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana e uma Supercopa do Brasil.
*Com informações do ge