8 de agosto – Dia Nacional de Combate ao Colesterol

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Endocrinologista Mariana Mendes, do IMC de Rio Preto - Foto: Reprodução

Quatro em cada 10 brasileiros têm colesterol elevado, alerta médica endocrinologista do IMC – Instituto de Moléstias Cardiovasculares.


Esta quinta-feira, 8 de agosto, é o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, composto gorduroso cujos níveis altos são uma das principais causas de grave problema de saúde pública no país. Quatro em cada dez brasileiros adultos têm colesterol elevado, conforme dados do Ministério da Saúde, o que significa que quase 20 milhões de pessoas têm esta condição, com risco importante de ter algum problema de coração ou do sistema circulatório a qualquer momento.

Em níveis elevados, o colesterol é um dos grandes responsáveis pelas doenças cardiovasculares, principais causas de mortalidade no Brasil. Mais de 380 mil brasileiros morrem por ano vítimas de problemas no coração e artérias importantes do nosso corpo.

A médica endocrinologista Mariana Mendes, do IMC – Instituto de Moléstias Cardiovasculares, de Rio Preto, considera o Dia Nacional oportunidade para as pessoas saberem mais sobre como prevenir o acúmulo deste composto gorduroso no sistema circulatório arterial e como é o diagnóstico e tratamento. O conhecimento é fundamental, pois em média, são mil mortes por dia. “As pessoas precisam estar cada vez mais conscientes de que há maneiras de controlar e diagnosticar o colesterol elevado no sangue, uma das principais causas de do infarto e acidente vascular cerebral (AVC)”, afirma Dra. Mariana.

O colesterol é essencial para a saúde do organismo, sendo utilizado na produção de hormônios esteroides, vitamina D, bile e formação de membranas celulares. O problema, segundo a endocrinologista, está relacionado aos níveis elevados de colesterol no sangue. Para chegar ao seu destino (glândulas, fígado) ele circula no sangue carregado por transportadores (lipoproteínas), sendo as mais importantes o LDL, conhecido como “ruim”, e o HDL, que protege o coração de doenças e, por isso, é considerado “bom”, além dos triglicerídeos, as moléculas muito importantes também na promoção de uma melhor saúde para os pacientes.

Dra. Mariana ressalta que um dos motivos da alteração dos níveis de colesterol ruim é o consumo excessivo de gorduras saturadas e trans, presentes em alimentos de origem animal, como carnes, ovos, derivados do leite, além de produtos ultraprocessados, como biscoitos, margarina, salgadinhos de pacote, comidas congeladas, bolos prontos e sorvete, o que leva à obesidade. “Cerca de 70% do colesterol é produzido pelo fígado. Os demais 30% vêm da dieta, por isso, é tão importante manter uma alimentação equilibrada”, ressalta a endocrinologista do IMC.

Além da alimentação rica em gorduras e ácidos graxos saturados, outros fatores que contribuem fortemente para o alto nível de colesterol no sangue são o sedentarismo, ou seja, a falta de atividade física, histórico familiar (condições genéticas associadas) e o hábito de fumar.

Para as pessoas que associam o colesterol alto somente à obesidade, Dra. Mariana faz outro alerta. “Um dos mitos é de que o colesterol é problema apenas de quem sofre de obesidade. A ciência médica já comprovou ser inverdade. Pessoas magras também podem apresentar descontrole nos níveis de gordura no sangue e estar no grupo de risco de infarto e AVC”, informa a médica.

É importante também, segundo ela, que as pessoas saibam que o colesterol elevado, geralmente, não dá sinais nem qualquer tipo de sintomas. Por isso, é essencial fazer os exames periódicos e acompanhamento médico, além de adotar hábitos que incluem a alimentação saudável e adequada e a prática de atividades físicas regularmente.

O avanço dos exames diagnósticos é outra razão para que as pessoas se lembrem de consultar o médico periodicamente para verificar seu nível de colesterol e se há alguma obstrução em seus vasos.

No IMC, ao constarem em pacientes com colesterol alto o risco de doença arterial coronariana, médicos contam com o auxílio do ultrassom intracoronário (IVUS), equipamento de alta tecnologia. Este ultrassom permite visualizar a imagem por dentro da artéria em três dimensões, semelhante à visão real e detecta lesões obstrutivas por placas de gordura, que seriam difíceis de quantificar no cateterismo cardíaco ou na angiografia com contraste.

Se for necessário desobstruir a artéria do coração, a equipe médica do IMC implanta um stent, sendo auxiliada por um ultrassom que permite a visualização do interior do músculo cardíaco e o posicionamento do dispositivo na parede da artéria. “É um procedimento minimamente invasivo, com anestesia local, realizado por um cateter com um pequeno transdutor inserido na ponta, uma espécie de câmera que transmite as imagens do interior das artérias”, explica o cardiologista hemodinamicista Pedro Garzon, do IMC.