Apesar da Seleção se manter invicta nas Eliminatórias da Copa 2022 – América do Sul, ainda tem pontos a serem trabalhados.
A situação da Seleção Brasileira nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 – América do Sul, está tranquila em termos de classificação. Os comandados de Tite estão invictos na competição com seis vitórias, totalizando 18 pontos.
Porém, as performances da Seleção Brasileira não têm seguido a tranquilidade que os números denotam, uma vez que a seleção não está conseguindo impor sua superioridade tática em todos os momentos das partidas. O nível de exigência das equipes sul-americanas está permitindo ter 100% de aproveitamento, mas o time canarinho tem potencial para evoluir ainda mais o seu patamar tático.
Essas dificuldades táticas, mesmo que pequenas, podem complicar o desempenho da equipe em uma partida considerada fácil ou com adversários mais qualificados, que souberem atacar os seus pontos fracos. Nos últimos jogos, contra o Equador e o Paraguai a Seleção Brasileira foi taticamente superior, mas teve dificuldades de traduzir esse domínio em chances reais de gol. Placares mais elásticos trariam maior tranquilidade à equipe.
Se o meio-campo se tornar mais criativo e o ataque apresentar efetividade com diferentes soluções, a Seleção estará mais preparada. O grande desafio é ser capaz de superar as dificuldades, que os esquemas de Seleções mais qualificadas poderão proporcionar. O cenário ideal é ter diversos planos de ação que sejam capazes de manter a superioridade, contra qualquer tipo de esquema tático.
Em determinadas situações, a Seleção Brasileira se mostra muito conservadora, principalmente quando está formatada com dois volantes, sem um jogador específico mais adiantado para fazer a função de um meio-campista de criação. Na partida contra o Paraguai, a equipe foi escalada com a dupla de volantes, Douglas Luiz e Casemiro, tornando o time pouco criativo.
Como a equipe já possuía um volante de contenção (Casemiro) e o Paraguai não estava sendo agressivo no setor ofensivo, não se mostrava a necessidade desse tipo de formatação. A meu ver, a equipe poderia ser escalada com o meio-campista Everton Ribeiro no lugar de Douglas Luiz, o que proporcionaria maior criatividade e movimentação ofensiva.
Assim, a vitória contra o Paraguai poderia ter sido mais tranquila, pois com postura mais ofensiva poderia ter marcado mais gols, ao invés de ter que ficar administrando o resultado, até converter o segundo gol num dos últimos lances da partida. Porém, conhecendo a postura conservadora de Tite, entendo que poderia ser perigoso dar mais espaço à Seleção Paraguaia, principalmente por estar jogando em seu país.
Talvez, o atacante do Flamengo Gabi, que tem boa movimentação e excelente poder de finalização de jogadas, poderá tornar o ataque da Seleção ainda mais produtivo, como no jogo contra o Equador. Mas, acredito que contra o Paraguai, Tite optou pelo atacante do Manchester City, pois Jesus está mais adaptado ao esquema da equipe.
Por outro lado, nestes últimos jogos o desempenho de Neymar teve maior destaque. Na partida contra o Paraguai, além de se apresentar para efetuar boas finalizações de jogadas, o atacante, também, flutuou no meio-campo, proporcionando maior criatividade à equipe.
A utilização da habilidade de Neymar para abrir espaço na lateral do campo é muito importante para proporcionar maior criatividade à equipe. Sua contribuição para o coletivo do time, se torna mais decisiva quando o jogador tem maior liberdade para flutuar onde a bola se encontra.
Todas mudanças aqui comentadas, já foram testadas em algum momento por Tite, mas é necessário ter maior sequência de jogos para adquirir o equilíbrio coletivo entre resultados e desempenhos.
A Copa América pode ser um grande laboratório para que o aprimoramento tático da Seleção seja acelerado. Como o grupo convocado é praticamente o mesmo que atuou pelas Eliminatórias Sul-Americana da Copa do Mundo, Tite poderá afinar a formação ideal e o estilo de jogo proposto.
*Com informações do globoesporte