Zagueiro do Grêmio Prudente diz ter sido vítima de ofensas racistas em Votuporanga 

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Zagueiro falou em sentimento de revolta ao descrever as ofensas — Foto: Instagram/Reprodução

Guizão divulgou nas redes sociais situação envolvendo os insultos na estreia do Paulistão A3, na Arena Plínio Marin; CAV procurou o atleta ao ter ciência, repudiou comportamentos racistas e disse que reforçará ações de conscientização.


Uma situação envolvendo insultos racistas compôs também o pós-jogo entre Clube Atlético Votuporanguense e Grêmio Prudente, na abertura da Série A3 do Paulista. Nas redes sociais, o zagueiro gremista Guizão divulgou ter sido vítima de ofensas, no Estádio Plínio Marin, em Votuporanga. Ao ter ciência, o CAV o procurou e a seguir se manifestou. 

Em uma rede social, Guizão denunciou o caso: “Hoje, no jogo contra o Club Atlético Votuporanguense, fui vítima de ofensas racistas proferidas por um torcedor rival. Essa não foi a primeira e nem a última vez que acontece comigo no meio do futebol. Torcer, pegar no pé, isso é normal. Destilar ódio por motivos raciais é crime! E não fere o atleta, fere o ser humano! Não é um sentimento de tristeza, é de revolta! Até quando? Que a justiça seja feita! E o autor, punido! Eu vou até o fim contra você, racista!”, relatou. 

O Grêmio Prudente não se manifestou. Mas, em meio às mensagens de apoio, apareceram atletas e o técnico do time, Ademir Fesan: “Conte comigo Guizão.” Seguido por comentários de apoio de outros jogadores, inclusive de outros clubes. 

Já na última quinta-feira (25), o Votuporanguense explicou ter ficado sabendo do caso por meio da imprensa. Nada havia sido comunicado até então. Conforme o clube também, a seguir o presidente do CAV, Edilberto Fiorentino, ligou para o atleta gremista. 

O objetivo foi entender o que de fato aconteceu e se desculpar em nome do clube. Além disso, se colocar à disposição caso o Votuporanguense possa ajudar. Por meio da assessoria ainda, o CAV ressaltou ter tomado ciência somente por meio da imprensa, repudiou comportamentos racistas e disse que reforçará ações de conscientização. 

Injúria e racismo 

Desde outubro de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) equipara o crime de injúria racial ao de racismo. Conforme a Constituição Federal, o racismo é prática imprescritível e inafiançável. 

Quanto à diferença entre eles, a injúria racial está prevista no Código Penal e, em resumo, diz respeito a situações mais individualizadas, contra a honra da pessoa ofendida em razão de raça, cor, etnia ou origem. Já o crime de racismo, mais coletivo, é escopo da Lei 7.716/1989 e é tipificado quando o discurso ofensivo é voltado contra um grupo de pessoas. 

*Com informações do ge