O primeiro paciente a testar para Covid-19 em Votuporanga, ficou internado em São Paulo por 45 dias, sendo 30 deles, entubado.
O médico votuporanguense, Emílio Celso Barbieri, 69 anos, aposentado pelo INSS desde 2012 e pela Secretaria do Estado de São Paulo, atualmente realiza medicina do trabalho na empresa CB Medicina do Trabalho, na Santa Casa e no Frango Rico. Em entrevista ao Diário de Votuporanga ele conta como foi vencer o vírus que já matou mais de 23.522 brasileiros.
Barbieri conta que provavelmente pegou a doença trabalhando. “Fico em Votuporanga durante a semana e aos finais dela trabalho em São Paulo e Santos. Tive o primeiro atendimento aqui na Santa Casa e no dia seguinte fui transferido para São Paulo a pedido dos meus filhos, que lá poderiam acompanhar. Fiquei internado por 45 dias, 30 deles sedado e entubado. Por 30 dias fiquei no Hospital Mário Covas, em Santo André, e depois fui transferido para o Hospital da Unimed de Rio Claro”.
Como médico ele explica que a doença ainda é desconhecida. “Não existe um tratamento que se saiba eficaz”, garante.
Ele explica que não existiu uma causa determinante para sua cura. “Foram as medidas de sustentação (ventilação mecânica, tratamento de infecções secundárias e demais medidas de suporte) que fizeram com que eu me recuperasse da doença”.
Quanto à eficácia da hidroxicroloquina ele disse: “Ela foi usada e tive efeitos colaterais. Sofri uma arritmia no terceiro dia de uso e foi suspensa.”
“Tive medo quando percebi que meu quadro estava se agravando. Fui intubado dois dias depois da minha internação, então não tenho lembranças do momento mais crítico. Minhas lembranças são já do período depois da retirada da sedação, já recuperado da doença. Fiquei feliz em poder estar perto da minha família novamente, poder ver meus netos e saber que todos estavam bem.”
“Sobre a doença, como ela ainda é muito nova, não conhecemos ainda um tratamento eficaz. A única coisa que sabemos que traz algum resultado é o distanciamento social. Devemos permanecer em nossas casas para que somente aqueles que trabalham nos serviços essenciais possam trabalhar de forma mais segura e evitar a propagação da doença”.
“Agradeço a todos que colaboraram no meu tratamento, tanto aqui como lá, e também pelas preces e torcida pela minha recuperação. Pretendo voltar ao trabalho num ritmo menor e dedicar mais tempo à família”.