Com escalação equivocada, Timão leva 1 a 0 do Cuiabá e perde longa invencibilidade.
Eu pareci amargo quando escrevi, há quatro dias, uma análise em que dizia que “faltava futebol” ao Corinthians, apesar da liderança do Brasileirão. Para muitos torcedores, o importante foi ter vencido o Atlético-GO e voltado ao topo. Mas o Corinthians é um líder, ao menos até o término da rodada, que não empolga. Que ainda não convence.
Contra o Cuiabá, três dias depois, o Corinthians foi ainda pior. A derrota por 1 a 0, na noite desta terça-feira (7.jun), interrompeu invencibilidade de 11 jogos (seis empates e cinco vitórias), num jogo em que o Timão praticamente não criou nada. Mais uma vez…
Na conclusão da rodada, o Corinthians pode cair até para terceiro, se Atlético-MG e Palmeiras vencerem seus jogos contra Fluminense e Botafogo, respectivamente. Nada desesperador se considerarmos que ainda faltarão 28 rodadas para o fim do Brasileirão. Mas um sinal de alerta para um time que entrará numa sequência muito difícil que inclui também Copa do Brasil e Libertadores.
Mas a derrota contra o Cuiabá, a segunda do Timão na competição, passa muito pelas escolhas de Vítor Pereira. Mesmo depois de dizer que largaria o esquema com três zagueiros, voltou a apostar nele, com Robson Bambu, Gil e Raul Gustavo formando o trio, e as alas com Mantuan e Bruno Melo.
Mesmo com Rafael Ramos e João Pedro, dois laterais-direitos, à sua inteira disposição.
No meio-campo, zero criação: Cantillo e Du Queiroz no meio, com Adson e Mosquito pelas pontas, além de Róger Guedes mais uma vez jogado entre os zagueiros. Um time sem criatividade, com Renato Augusto e Giuliano no banco. E sem referência, com Júnior Moraes como opção na reserva.
Apático ofensivamente, o Corinthians não só criou pouco, como viu as melhores chances do primeiro tempo serem do Cuiabá. Numa virada de jogo de Cantillo na fogueira para Adson, o atacante vacilou, Uendel ficou com a bola e marcou o único gol do jogo, em chute de fora da área: 1 a 0.
A escalação de VP era tão ruim que, no intervalo da partida, o técnico mudou tudo. Saíram Bambu (em péssima jornada), Adson, Du Queiroz (amarelado) e Bruno Melo para a entrada de Renato Augusto, Giuliano, Júnior Moraes e Lucas Piton. Um time que foi para o 4-3-3 e que ficou mais ofensivo.
O nível de futebol melhorou um pouco, o Timão igualou em finalizações (nove a nove), Róger Guedes até teve algumas chances de finalização, mas foi só. Muito pouco para um líder. Mais uma vez, o Corinthians ficou devendo futebol. Mais uma vez, as individualidades não se destacaram.
Vítor Pereira, é claro, sente falta de nomes como Fagner, Maycon, Willian e Jô, que estão no departamento médico – o atacante, aliás, foi flagrado no pagode durante o jogo, em postura questionável. Os desfalques poderiam elevar o nível, qualificar o time e dar melhores opções no banco.
Mas, mesmo diante dos problemas, dava para fazer melhor na Arena Pantanal. O treinador, em sua estratégia equivocada, e os jogadores, em mais uma jornada ruim. Sábado o jogo é contra o Juventude, na Neo Química Arena. Chance boa de recuperação. Chance boa para menos amargura.