Sob protesto de um pequeno grupo de servidores, Câmara avalizou projeto do Poder Executivo que concedeu 4,87% de recomposição e reajuste de 0,13% para servidores ativos e aposentados. O auxílio alimentação, que não beneficia os aposentados, recebeu aumento de 34%.
Jorge Honorio
jorgehonoriojornalista@gmail.com
A 9ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga/SP, desta segunda-feira (24.mar), foi marcada pela aprovação, sob protesto de pequeno grupo de servidores, por 8 votos a 5, do projeto de autoria do Poder Executivo que concedeu 4,87% de recomposição e reajuste de 0,13% para servidores ativos e aposentados. O auxílio alimentação, que não beneficia os aposentados, recebeu aumento de 34%, ou seja, aumentando o valor de R$ 485 para R$ 650.
Conforme noticiado pelo Diário, o valor já havia sido anunciado pela gestão Jorge Seba (PSD)/Luiz Torrinha (PL), após uma reunião com representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Votuporanga e vereadores.
De acordo com a Administração Municipal, após as tratativas, ficou definido um reajuste de 34% no auxílio alimentação, que vai de R$ 485 para R$ 650, mais 5% sobre o salário base. São cerca de R$ 20 milhões por ano sendo injetados na economia local.
Antes do anúncio, ainda na 8ª sessão da Câmara, na segunda-feira (17), os 15 vereadores formalizaram um pedido ao prefeito Jorge Seba solicitando que fosse concedido um reajuste de 10% nos salários dos servidores públicos municipais, além de um aumento no vale-alimentação, que passaria dos atuais R$ 485,00 para R$ 650,00 representando um acréscimo de 34%.
De acordo com o pedido apresentado pelo Poder Legislativo, na oportunidade, a solicitação superava, inclusive, a proposta do Sindicato dos Servidores Municipais, que reivindicou um reajuste de 7,87%, cerca de 3% acima da inflação.
Contudo, nesta segunda-feira, a iniciativa entrou na pauta de votação e ‘empurrada’ pelo fechamento da folha de pagamento, pelo menos foi a justificativa de parte dos parlamentares favoráveis.
No entanto, um discurso cada dia mais recorrente na Casa de Leis voltou à tona, quando parte dos vereadores alegaram não ter recebido convite para as reuniões que definiram os valores enviados para votação. O grupo é composto por vereadores que votaram contrário a projetos anteriores da gestão Jorge Seba/Torrinha, dentre eles: Cabo Renato Abdala (PRD), Osmair Ferrari (PL), Wartão (União Brasil) e Natielle Gama (Podemos), ou seja, parlamentares que não integram a suposta base da Administração Municipal na Casa de Leis.
Em um dos momentos de discussão, Cabo Renato Abdala disparou na tribuna da Câmara que o reajuste oferecido aos servidores municipais de Votuporanga é menor do que o concedido pelo governo Lula (PT) ao funcionalismo federal: “Vim aqui para repetir a palavra vergonha e pontuar algumas coisas. Lula deu 7,5% de reajuste. Seba, você é pior que tudo o que falam do Lula, pior. Você consegue ser pior do que o Lula. A diferença é só a quantidade de cabelo.”
Por fim, apesar dos gritos por valorização, incluindo de servidores aposentados que não tem direito ao auxílio alimentação, o projeto foi aprovado com votos favoráveis de Carlim Despachante (Republicanos), Dr. Leandro (PSD), Emerson Pereira (PSD), Gaspar (MDB), Marcão Braz (PP), Ricardo Bozo (Republicanos), Sargento Moreno (PL) e Serginho da Farmácia (PP).
Coincidência ou não, votaram contra o projeto de reajuste e teceram profundas críticas ao percentual: Cabo Renato Abdala (PRD), Osmair Ferrari (PL), Wartão (União Brasil), Vilmar da Farmácia (MDB) e Natielle Gama (Podemos). O presidente da Casa, Daniel David (MDB) só votaria em caso de empate, o que não ocorreu. Por sua vez, Débora Romani (PL) não participou da sessão por estar em viagem.
